sábado, 30 de maio de 2015

Famílias em Aparecida



7ª Peregrinação Nacional e 5º Simpósio Nacional das Famílias

 

A casa da Mãe Aparecida recebeu mais uma vez as famílias do Brasil inteiro para refletirmos juntos sobre o tema “O Amor é a Nossa Missão: a Família Plenamente Viva”, tendo como base o tema do Encontro Mundial das Famílias de 2015.

A abertura do simpósio foi feita por dom Darcy, bispo auxiliar de Aparecida que ressaltou o lugar todo especial que a Igreja tem pela família, procurando encontrar sempre caminhos pastorais para enfrentar os desafios que a família sofre para viver sua vocação do amor neste mundo tão confuso. Como criar as condições para que a família possa ser o que Deus quer e desenvolver bem o seu papel na sociedade? Dom Darcy nos convidou a sermos corajosos em encontrarmos respostas a concretas a essas perguntas.

 

Dom João Bosco, novo presidente a Comissão Episcopal e Pastoral Vida e Família, também deu suas boas vindas a todos os participantes e começou ressaltando as qualidades e o bom trabalho da presidência anterior de Dom Petrini e agradeceu ao empenho dos agentes leigos e consagrados ali presentes, que tanto trabalham pela família. Ressaltou que a missão a qual somos chamados nos impele a nos entregarmos nas mãos de Deus e colocou pessoalmente toda a sua vida e a sua vocação à disposição deste novo trabalho apostólico.

O casal coordenador nacional da Pastoral Familiar Roque e Veronica deu sua palavra de acolhida a todas as famílias convidando-as a que cada uma delas faça-se plenamente viva no coração da sociedade e da Igreja, levando adiante todas as reflexões que serão feitas neste dia.

Em seguida, Dom Petroni partilhou algumas propostas que a Comissão já vinha trabalhando e que serão expandidas nesta nova etapa que se inicia. Exatamente porque até nos meios seculares a família nunca esteve tão no centro das discussões e atenções. E a nossa contribuição precisa ser fundamental nessa hora, como portadores Daquele que pode ser a solução da crise humana, Jesus. Nestes tempos em que o amor deixa de ser o dom de si, mas um bem para sua própria conveniência, somos interpelados a sermos anunciadores desta graça, tornando-a visível por meio do nosso amor humano. Dom Petroni aproveitou para divulgar a experiência da “Escola de Família”. O projeto está sendo ampliado com a gravação de vídeos de apenas 10 minutos que podem ser acompanhados pelos livretos de mesmo nome. Uma boa opção de caminho de crescimento da vida fraterna entre pequenos grupos de famílias. Em breve, todo material estará disponível e será oportunamente divulgado de modo que possa ser usado em todo país.

 

 
1ª palestra

 
Dom João Bosco


Anunciar o Evangelho da Família


É hora de anunciar o Evangelho da família e da vida, um tempo oportuno em que o papa Francisco nos convoca, pela graça do Espírito Santo, convoca não só a Igreja mas toda humaniza a uma grande revisão das nossas atitudes, especialmente no que diz respeito a família. E tudo isso com alegria e esperança! A família não é um problema, mas um Dom! Esse tema vem permeado do tema principal do Simpósio e que também o é do encontro mundial das famílias. Ele fala de amor e de missão. A missão é um tema definido aqui em Aparecida e que se espalha pela Igreja do mundo inteiro. Somos missionários do amor, anunciadores de uma boa nova. Que novidades temos para anunciar ao mundo? A vida plena que só Jesus pode trazer. “Eu vim para que todos tenham vida.”. Pregamos o evangelho não para que nossa igrejas fiquem cheias, mas para que a vida não pereça, para que a morte não impele, pois só esta boa nova de salvação pode trazer vida.

Desde o Concílio Vaticano II, que completa 50 anos, nos encontramos diante de tempos complicados mas nos quais a Igreja vem se colocando e trabalhando com coragem, como guardiã da Verdade de Jesus Cristo. Somos desafiados, mas não estamos perdidos. O mundo ainda tem muitas coisas boas, ainda tem muitos caminhos, mesmo em meio às contradições. Quanto mais estivermos em comunhão com a Igreja, mais teremos a proclamar.

Às vezes, podemos nos perguntar como chegamos nesses tempos tão difíceis, mas agora mais do que nunca de reforçarmos nossos valores, unirmos nossas forças e oferecermos juntos o remédio de que sociedade doente precisa: o amor.

Hoje se fala de família em tantos formatos e âmbitos... formações que nos deixam confusos.  Não só a família, mas tantas outras áreas vêm sendo revistas, como a medicina, ecologia, tecnologia e ciência, política. Querem tirar a base mais solida da antropologia humana, desvinculando natureza da cultura. Não se pode falar mais de sexo, mas de gênero, não se fala mais de pai e mãe mas de parentalidade, nem de família, mas de grupos unidos por laços de afeto. A ideologia de gênero muda não só o vocabulário mas as leis. Pastoral Familiar, acompanhem em seus municípios as mudanças que os conselhos de educação querem impor.

A família formada e sonhada pelo Criador, essa é que deve ser anunciada. Anunciada às novas gerações, especialmente aos jovens, que vem de experiências difíceis e não querem ter família. No âmbito do ensino, atuando nas escolas. E anunciar na Pastoral Familiar também. Não basta ser um grupinho de pessoas que ficam em volta de uma mesa falando sobre família! Precisamos estar acompanhando, atuando e trabalhando em prol de todas as famílias, destroem fora da vida pastoral da nossa igreja.
Precisamos anunciar o Evangelho da família em todos os âmbitos.

 


Mário


SAF , serviço de acolhimento familiar, Santa Catarina


Ao iniciarem seu trabalho os casais do SAF perceberam que as maiores feridas no mundo de hoje são causadas pela falta de espiritualidade e pelo distanciamento entre os seres humanos. Pela falta de diálogo, das drogas, pela solidão e falta de alguém que as acolha, as escute e as oriente. Essa é a nossa missão. Sermos ministros da graça uns para os outros, tendo o compromisso de levarmos o amor a quem mais precisa.

Falando de feridas, podemos comparar com o nosso corpo. A pele é o maior órgão do nosso corpo, que nos protege dos ataques exteriores de germes. A nossa pele precisa se nossa espiritualidade. E que o Espírito Santo seja como o sangue que irriga e nutre todo nosso ser. A vivência da espiritualidade precisa ser o itinerário da nossa vida, pessoal, conjugal e familiar.

Deus nos escolhe e nós nos colocamos ao serviço, abertos à sua graça. Quando não damos atenção ao nosso cônjuge, deixamos os micróbios do mundo contaminarem nosso casamento.

O primeiro passo do trabalho do SAF é acolher, com carinho, sem ambiente hospitalar. A nulo do Ano Jubilar da Misericórdia, o papa nos pede para a de forma fraternal, amigável, disponível e atenta nos entregarmos ao trabalho da cura dos irmãos. Voltando à analogia da pele, há lesões superficiais e outras bem profundas. É preciso tempo maior ou menor para curar. O essencial: sempre a graça de Deus. Além de acolher e escutar, é preciso também esclarecer por meio da verdade do Evangelho que apontam um novo caminho de mudança, ainda que com alguma dor e sacrifício. Atitude que deve partir do irmão que nos procura. Nós só apontamos o caminho, com compreensão e misericórdia para que o outro faça o seu discernimento. E, sempre que preciso, fazemos um encaminhamento necessário.

As pessoas que nos procuram saem felizes e nós, revigorados, porque vemos as delicadezas de Deus. E neste contato, fica em nós o compromisso de continuarmos rezando pelos irmãos para que o Senhor os cure.

E quem acha que vem uma pessoa atrás da outra, engana-se. Ás vezes, passamos horas sem atendimento. Mas não devemos nos desesperar e sim esperar... enquanto isso, vamos lendo, rezando, sem perdermos a esperança, mas perseverando sempre na vontade do Senhor. Haverá sempre frutos, mas sem pretendermos conhecer quando, onde ou como eles virão. Não é um espetada que contamos quantas pessoas o assistem. O Senhor tem seus meios e o Espírito Santo trabalha quando, onde e como quer e bem sabe o que faz falta em cada época e cada momento.

 


Pedro e Kete

 
Se a criação do homem pressupunha que fossemos a sua imagem e semelhança é porque temos alguma característica que ainda não estava contemplada... vemos aí a beleza da fecundidade. O amor pleno não cabe em si mesmo, mas é fecundo, dá frutos. O homem se torna a imagem de Deus não na solitude, mas na comunhão, no dar-se ao outro. A fecundidade é algo que depende da liberdade do homem e da mulher, Dom dado por Deus. O amor só se faz pleno, assemelhando-se ao amor de Deus, quando não se fecha em si mesmo. Desde o princípio, Deus idealizou a união entre homem e mulher para serem ordenados à fidelidade e de abertura à vida. Foi o pecado que desordenou o amor perfeito. Quando Jesus instituiu o sacramento do matrimônio, deu-nos novo auxílio com sua graça para nos educarmos no amor e na vivência desta vocação tão bela. O matrimônio requer a manifestação do consentimento e se consuma na entrega sexual entre os nubentes. Nesta estão presentes os caracteres unitivo e procriativo. O casal celebra e renova o matrimônio em cada ato conjugal, de forma livre, total, fiel e fecunda. Sem alguma dessas características o amor não pode ser completo e verdadeiro, se é que pode ser chamado de amor.

Quando o amor não é fecundo, por exemplo? Pode ser santa uma união de amor entre os cônjuges que deliberadamente decidem que se bastam a si mesmos e se fecham à vida? Cada ato conjugal renova as promessas feitas aos pés do altar e uma delas é a vinda dos filhos. Neste momento de intimidade só Deus podem ser convidado. E cabe a Ele optar se exercerá seu poder criador ou não. O que não podemos é impedir que Deus compareça quando brindamos nossa união, usando métodos contraceptivos. Por outro lado, é lícito usarmos caminhos moralmente corretos para não nos sobrepormos ao Dom de Deus. Isso é o princípio do Planejamento Natural da Família. Vale muito a pena nos aprofundarmos na Humana Vitae e na Teologia do Corpo.

Além de crescer e multiplicar, precisamos também educar os filhos no amor e para o amor. Começamos nós mesmos, pais, vivendo o amor, em meio a um mundo em que o amor é tão distorcido. Se você perguntar a algum pai o que ele quer para os seus filhos, podemos dizer muitas coisas aparentemente boas, mas Deus quer muito mais! Ele nos criou para a eternidade! Isso se faz pela santidade. O amor entre os cônjuges numa entrega total é viver em santidade, e vamos contagiando a vida dos filhos com alegria. Mas isso tem o preço, vivermos uma vida de sacrifício. A cruz é o nosso parâmetro. Os filhos precisam de lares forjados na coerência e na vivência dos valores cristãos. Cada filho quer se sentir um filho amado, único e irrepetível de Deus e dos seus pais. Quanto mais a família cresce, a alegria se multiplica.

E uma das maravilhas de se ter filhos é que marido mulher se contemplam um ao outro e voltam a se apaixonar. Os filhos precisam ver o enamoramento dos pais, que diz: “Ele me fez mãe e ela me fez pai.”. os filhos precisam mais do amor entre os pais do que do amor dos pais por eles Como é bonito ter famílias numerosas. Os filhos entendem que o amor se transforma em serviço, que o amor se sacrifica com gosto para atender as necessidades da família.

A fé e as virtudes são transmitidas na prática, desde a mais tenra idade. A Piedade vivida na infância marca por toda a vida, e são coisas assim que vão educando no amor.

É verdade que hoje nossos filhos encontram muitos desafios, mas podemos nos desencorajar. Deus vai chamá-los ao amor. O alcance está nas nossas mãos se formos fieis.

 
 
 

sexta-feira, 29 de maio de 2015

Hora Santa 2015



Na quinta-feira, dia 28 de maio, começou a SEMANA EUCARÍSTICA em preparação à Solenidade de Corpus Christi. A Adoração das Famílias abriu esta primeira noite. Representantes dos movimentos, associações, grupos e pastorais de trabalhos pastorais ligados à defesa da vida e da família se reuniram aos pés do Senhor, no Santuário Nacional de Adoração Perpétua de Santana, na Praça Onze.








domingo, 24 de maio de 2015

Pastoral Familiar em ação!

A Pastoral Familiar viva, atuando nas mais diversas frentes, propagando a beleza do matrimônio e o valor da família.
Alguns exemplos deste final de semana de maio. Começando com o curso para agentes da Pastoral Familiar, organizado pelo Vicariato Suburbano. este já é o segundo do ano. E o próximo já está agendado para o dia 04 de julho, das 08h às 12, na Paróquia São Pedro, de Cavalcante.




 O tema escolhido para a formação foi o Setor Casos Especiais e, por isso, a palestra principal foi com o casal assessor arquidiocesano, Marco Aurélio e Silvana. 




Depois do intervalo, momento de troca de experiências com o encontro Jornada com Cristo, Grupo de Escuta e Acolhimento e Grupo de Viúva(o)s.




Presença de diversos padres e diáconos, acompanhando de perto a Pastoral Familiar!



Outro momento significativo foi o III Reavivamento para casais, realizado pela Paróquia Santo Sepulcro, de Madureira.




Momentos de reflexão, de conversa dois-a-dois, jantar à luz de velas, oração, e dança de rostinho colado. Tempo de reavivar a chama do amor!




E para os jovens? Pregação sobre afetividade e sexualidade para os crismandos da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, da Glória.



segunda-feira, 18 de maio de 2015

Família é tema do Dia das Comunicações

Seguindo as catequeses do Papa Francisco sobre a FAMÍLIA este também é o tema da Mensagem para o Dia das Comunicações Sociais, comemorado na solenidade da Ascensão do Senhor. Confira a mensagem na íntegra!


Mensagem de Sua Santidade o Papa Francisco para o XLIX Dia Mundial das Comunicações Sociais (17 de Maio de 2015) 

 Tema: «Comunicar a família: ambiente privilegiado do encontro na gratuidade do amor» 

 O tema da família encontra-se no centro duma profunda reflexão eclesial e dum processo sinodal que prevê dois Sínodos, um extraordinário – acabado de celebrar – e outro ordinário, convocado para o próximo mês de Outubro. Neste contexto, considerei oportuno que o tema do próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais tivesse como ponto de referência a família. Aliás, a família é o primeiro lugar onde aprendemos a comunicar. Voltar a este momento originário pode-nos ajudar quer a tornar mais autêntica e humana a comunicação, quer a ver a família dum novo ponto de vista. 

 Podemos deixar-nos inspirar pelo ícone evangélico da visita de Maria a Isabel (Lc 1, 39-56). «Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou-lhe de alegria no seio e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Então, erguendo a voz, exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”» (vv. 41-42). 

 Este episódio mostra-nos, antes de mais nada, a comunicação como um diálogo que tece com a linguagem do corpo. Com efeito, a primeira resposta à saudação de Maria é dada pelo menino, que salta de alegria no ventre de Isabel. Exultar pela alegria do encontro é, em certo sentido, o arquétipo e o símbolo de qualquer outra comunicação, que aprendemos ainda antes de chegar ao mundo. O ventre que nos abriga é a primeira «escola» de comunicação, feita de escuta e contacto corporal, onde começamos a familiarizar-nos com o mundo exterior num ambiente protegido e ao som tranquilizador do pulsar do coração da mãe. Este encontro entre dois seres simultaneamente tão íntimos e ainda tão alheios um ao outro, um encontro cheio de promessas, é a nossa primeira experiência de comunicação. E é uma experiência que nos irmana a todos, pois cada um de nós nasceu de uma mãe. 

 Mesmo depois de termos chegado ao mundo, em certo sentido permanecemos num «ventre», que é a família. Um ventre feito de pessoas diferentes, interrelacionando-se: a família é «o espaço onde se aprende a conviver na diferença» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 66). Diferenças de gêneros e de gerações, que comunicam, antes de mais nada, acolhendo-se mutuamente, porque existe um vínculo entre elas. E quanto mais amplo for o leque destas relações, tanto mais diversas são as idades e mais rico é o nosso ambiente de vida. O vínculo está na base da palavra, e esta, por sua vez, revigora o vínculo. Nós não inventamos as palavras: podemos usá-las, porque as recebemos. É em família que se aprende a falar na «língua materna», ou seja, a língua dos nossos antepassados (cf. 2 Mac 7, 21.27). Em família, apercebemo-nos de que outros nos precederam, nos colocaram em condições de poder existir e, por nossa vez, gerar vida e fazer algo de bom e belo. Podemos dar, porque recebemos; e este circuito virtuoso está no coração da capacidade da família de ser comunicada e de comunicar; e, mais em geral, é o paradigma de toda a comunicação. 

 A experiência do vínculo que nos «precede» faz com que a família seja também o contexto onde se transmite aquela forma fundamental de comunicação que é a oração. Muitas vezes, ao adormecerem os filhos recém-nascidos, a mãe e o pai entregam-nos a Deus, para que vele por eles; e, quando se tornam um pouco maiores, põem-se a recitar juntamente com eles orações simples, recordando carinhosamente outras pessoas: os avós, outros parentes, os doentes e atribulados, todos aqueles que mais precisam da ajuda de Deus. Assim a maioria de nós aprendeu, em família, a dimensão religiosa da comunicação, que, no cristianismo, é toda impregnada de amor, o amor de Deus que se dá a nós e que nós oferecemos aos outros. 

 Na família, é sobretudo a capacidade de se abraçar, apoiar, acompanhar, decifrar olhares e silêncios, rir e chorar juntos, entre pessoas que não se escolheram e todavia são tão importantes uma para a outra… é sobretudo esta capacidade que nos faz compreender o que é verdadeiramente a comunicação enquanto descoberta e construção de proximidade. Reduzir as distâncias, saindo mutuamente ao encontro e acolhendo-se, é motivo de gratidão e alegria: da saudação de Maria e do saltar de alegria do menino deriva a bênção de Isabel, seguindo-se-lhe o belíssimo cântico do Magnificat, no qual Maria louva o amoroso desígnio que Deus tem sobre Ela e o seu povo. De um «sim» pronunciado com fé, derivam consequências que se estendem muito para além de nós mesmos e se expandem no mundo. «Visitar» supõe abrir as portas, não encerrar-se no próprio apartamento, sair, ir ter com o outro. A própria família é viva, se respira abrindo-se para além de si mesma; e as famílias que assim procedem, podem comunicar a sua mensagem de vida e comunhão, podem dar conforto e esperança às famílias mais feridas, e fazer crescer a própria Igreja, que é uma família de famílias. 

 Mais do que em qualquer outro lugar, é na família que, vivendo juntos no dia-a-dia, se experimentam as limitações próprias e alheias, os pequenos e grandes problemas da coexistência e do pôr-se de acordo. Não existe a família perfeita, mas não é preciso ter medo da imperfeição, da fragilidade, nem mesmo dos conflitos; preciso é aprender a enfrentá-los de forma construtiva. Por isso, a família onde as pessoas, apesar das próprias limitações e pecados, se amam, torna-se uma escola de perdão. O perdão é uma dinâmica de comunicação: uma comunicação que definha e se quebra, mas, por meio do arrependimento expresso e acolhido, é possível reatá-la e fazê-la crescer. Uma criança que aprende, em família, a ouvir os outros, a falar de modo respeitoso, expressando o seu ponto de vista sem negar o dos outros, será um construtor de diálogo e reconciliação na sociedade. 

 Muito têm para nos ensinar, a propósito de limitações e comunicação, as famílias com filhos marcados por uma ou mais deficiências. A deficiência motora, sensorial ou intelectual sempre constitui uma tentação a fechar-se; mas pode tornar-se, graças ao amor dos pais, dos irmãos e doutras pessoas amigas, um estímulo para se abrir, compartilhar, comunicar de modo inclusivo; e pode ajudar a escola, a paróquia, as associações a tornarem-se mais acolhedoras para com todos, a não excluírem ninguém. 

 Além disso, num mundo onde frequentemente se amaldiçoa, insulta, semeia discórdia, polui com as murmurações o nosso ambiente humano, a família pode ser uma escola de comunicação feita de bênção. E isto, mesmo nos lugares onde parecem prevalecer como inevitáveis o ódio e a violência, quando as famílias estão separadas entre si por muros de pedras ou pelos muros mais impenetráveis do preconceito e do ressentimento, quando parece haver boas razões para dizer «agora basta»; na realidade, abençoar em vez de amaldiçoar, visitar em vez de repelir, acolher em vez de combater é a única forma de quebrar a espiral do mal, para testemunhar que o bem é sempre possível, para educar os filhos na fraternidade. 

 Os meios mais modernos de hoje, irrenunciáveis sobretudo para os mais jovens, tanto podem dificultar como ajudar a comunicação em família e entre as famílias. Podem-na dificultar, se se tornam uma forma de se subtrair à escuta, de se isolar apesar da presença física, de saturar todo o momento de silêncio e de espera, ignorando que «o silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras ricas de conteúdo» (BENTO XVI, Mensagem do XLVI Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24/1/2012); e podem-na favorecer, se ajudam a narrar e compartilhar, a permanecer em contacto com os de longe, a agradecer e pedir perdão, a tornar possível sem cessar o encontro. Descobrindo diariamente este centro vital que é o encontro, este «início vivo», saberemos orientar o nosso relacionamento com as tecnologias, em vez de nos deixarmos arrastar por elas. Também neste campo, os primeiros educadores são os pais. Mas não devem ser deixados sozinhos; a comunidade cristã é chamada a colocar-se ao seu lado, para que saibam ensinar os filhos a viver, no ambiente da comunicação, segundo os critérios da dignidade da pessoa humana e do bem comum. 

Assim o desafio que hoje se nos apresenta, é aprender de novo a narrar, não nos limitando a produzir e consumir informação, embora esta seja a direção para a qual nos impelem os potentes e preciosos meios da comunicação contemporânea. A informação é importante, mas não é suficiente, porque muitas vezes simplifica, contrapõe as diferenças e as visões diversas, solicitando a tomar partido por uma ou pela outra, em vez de fornecer um olhar de conjunto. 

 No fim de contas, a própria família não é um objecto acerca do qual se comunicam opiniões nem um terreno onde se combatem batalhas ideológicas, mas um ambiente onde se aprende a comunicar na proximidade e um sujeito que comunica, uma «comunidade comunicadora». Uma comunidade que sabe acompanhar, festejar e frutificar. Neste sentido, é possível recuperar um olhar capaz de reconhecer que a família continua a ser um grande recurso, e não apenas um problema ou uma instituição em crise. Às vezes os meios de comunicação social tendem a apresentar a família como se fosse um modelo abstrato que se há-de aceitar ou rejeitar, defender ou atacar, em vez duma realidade concreta que se há-de viver; ou como se fosse uma ideologia de alguém contra outro, em vez de ser o lugar onde todos aprendemos o que significa comunicar no amor recebido e dado. Ao contrário, narrar significa compreender que as nossas vidas estão entrelaçadas numa trama unitária, que as vozes são múltiplas e cada uma é insubstituível. 

 A família mais bela, protagonista e não problema, é aquela que, partindo do testemunho, sabe comunicar a beleza e a riqueza do relacionamento entre o homem e a mulher, entre pais e filhos. Não lutemos para defender o passado, mas trabalhemos com paciência e confiança, em todos os ambientes onde diariamente nos encontramos, para construir o futuro. 

 Vaticano, 23 de Janeiro – Vigília da Festa de São Francisco de Sales – de 2015.
 [Francisco PP]

sábado, 16 de maio de 2015

FORMAÇÃO DA PASTORAL FAMILIAR



No sábado, dia 16 de maio, a Pastoral Familiar da Arquidiocese realizou um encontro de formação para agentes no auditório do edifício João Paulo II, na Glória.
O tema principal: O AMOR É A NOSSA MISSÃO, foi desenvolvido pelo diácono Joaquim, do vicariato Jacarepaguá. Este é o tema do Encontro Mundial das Famílias, que acontecerá em setembro, nos Estados Unidos, e, consequentemente, também abordado pela publicação "Hora da Família" e do Simpósio e da Peregrinação Nacional das famílias, 30 e 31 de maio, em Aparecida.



sexta-feira, 15 de maio de 2015

Dia internacional da Família

15 DE MAIO
DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA
Rezemos pela união e santificação de todas as famílias!


domingo, 10 de maio de 2015

FELIZ DIA DAS MÃES!

A Pastoral Familiar da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro deseja a todas as mães toda bênção do céu! Que Maria, mãe de Jesus e nossa, seja sua inspiração, e seu alento!
A você, mãe, a nossa homenagem e o nosso carinho!
FELIZ DIA DAS MÃES!



domingo, 3 de maio de 2015

III Marcha em Defesa da Vida

Todos juntos, num domingo lindo de sol, mostrando para o Rio de Janeiro que nós amamos e defendemos a vida em todas as suas etapas, desde o ventre materno até a morte natural! Essa foi a III Marcha em Defesa da Vida, pela Orla de Copacabana, neste dia 03 de maio.
VIDA SIM!