terça-feira, 26 de outubro de 2010

ATITUDES PASTORAIS INSUBSTITUÍVEIS


Conforme prometido apresentamos o resumo da Palestra de Dom Antônio Augusto, bispo animador da Pastoral Familiar, apresentada em neste Congresso Arquidiocesano de 2010. Repassem este conteúdo e vivam esta ousada proposta pastoral!


ATITUDES PASTORAIS INSUBSTITUÍVEIS

Em Jo 10, conhecemos Jesus como o Bom Pastor. Seu discurso será a nossa inspiração para tirarmos 07 atitudes pastorais fundamentais:

1- O bom pastor conhece suas ovelhas - ama
2- Vai à frente do rebanho - dá o exemplo
3- Dá a vida pelas suas ovelhas - tem espírito de sacrificio
4- Vai atrás da ovelha perdida - compreende e perdoa
5- Entra pela porta - está sempre disponibilidade
6- Chama as suas próprias ovelhas - convoca
7- Tem ovelhas que ainda não são do seu rebanho e quer trazê-las para junto de si – promove a unidade

Quem vive isso é como um imã que atrai as pessoas para Deus. Mas além dessas sete atitudes fundamentais, existem algumas que são insubstituíveis para que se possa caminhar ao passo do momento da Arquidiocese em que se está inserido. Como tanto tem insistido nosso arcebispo, Dom Orani João Tempesta, estamos vivendo um momento de união, perdão, formação e extensão dos trabalhos da Igreja.

- Unidade na diversidade
- Reconciliação – as pessoas precisam viver o perdão
- Formação – anunciar não a minha verdade, mas a Verdade de Cristo
- Extensão – ir para além dos muros da Igreja, ao encontro dos que estão afastados

Esses são os fins. Agora precisamos pensar nos meios. Quais seriam, então, as atitudes insubstituíveis na pastoral:

1ª MOTIVAÇÃO – qualquer trabalho consistente e eficaz dentro e fora da Igreja é motivado por pessoas movidas por paixão. Entusiasmo, vibração, audácia, coragem, são paixões humanas, mas sem motivação nada vai pra frente. Motivação é saber quais são os motivos fortes do seu trabalho e, por isso, colocar nele toda a sua paixão. No momento atual é preciso que haja cristãos que se movem, não por boa vontade, mas por motivos fortes. João Paulo II, falando da pastoral na Igreja, dizia: “Participais na missão de Jesus para o bem de todo o corpo de Cristo, participais em profundidade do ardente desejo da alma de Cristo: “Tenho de anunciar a Boa Nova do Reino de Deus, pois para isto é que eu fui enviado pelo meu Pai.”. (Lc 4, 43)”
Esse é o mesmo motivo pelo qual nós devemos nos colocar a serviço como agentes de pastoral. Existe motivação mais forte e entusiasta do que esta?! Participar "do ardente desejo da alma de Cristo"?! Não se pode admitir desalento diante da falta de cooperação dos outros, ou desânimo perante as dificuldades... Não há outro motivo: precisamos anunciar, foi para isso que viemos ao mundo! Jesus, em meio a perseguições e incompreensões, só voltou para o Pai depois de ter cumprido toda a sua missão. Você consegue imaginar Jesus desanimado?! Assim, também a nós deve-nos mover este único e fortíssimo motivo: eu participo da vida e da missão de Cristo. A Igreja precisa de pessoas apaixonadas, no mínimo, com a mesma intensidade de um torcedor pelo seu time de futebol.
Cada um de nós é chamado a agir como o manto de Cristo que foi o intermediário para curar aquela mulher que sofria há doze anos de um fluxo de sangue. A minha família evangelizada vai conquistar outras famílias.

2ª PROFUNDIDADE – ir além dos conhecimentos úteis para se fazer uma pastoral. É útil, por exemplo, fazer cursos de liderança, aprender dinâmicas de grupo, saber técnicas de trabalho em equipe, usar os avanços da tecnologia... tudo isto é bastante útil. Mas há outros conhecimentos essenciais. Todos os católicos, e não somente os padres, precisam ter profundidade doutrinal. A Igreja atualmente precisa de agentes de pastoral doutos, conhecedores da doutrina. O Catecismo da Igreja Católica (899) diz: Os fiéis leigos estão na linha mais avançada da vida Igreja. Graças a eles a Igreja é princípio vital da sociedade humana. Também exorta a Constituição Lumem Gentium do Concílio Vaticano II: Os leigos vivem no meio do mundo... aí os chama Deus... para constituírem-se fermento na massa e santificarem de dentro para fora o mundo.
Chegou a hora de os leigos serem “doutrinalmente doutos”, agentes de pastoral com profundidade. Em um discurso de Bento XVI de 2006, ele alerta: “O pároco não pode fazer tudo, não pode ser um solista, precisa de outros agentes pastorais. Não pode só fazer, mas deve delegar.” Mas como e a quem delegar se faltam agentes de pastoral pouco formados?! Ou outros ainda fechados em sua "bolha pastoral", fazendo trabalhos de forma manual ou emocional? Por exemplo, um leigo bem formado pode prestar ótimos esclarecimentos sobre a questão da segunda união e a vida sacramental. Não é necessário levar o caso a um bispo ou padre. Se minha motivação é anunciar a Boa Nova eu preciso saber anunciar a Boa Nova. Eu tenho a capacidade de explicar a uma família que não lhe fará bem uma televisão no quarto de cada filho? Ou explicar as minhas filhas como se vestirem elegantemente sem se vulgarizarem? Tenho argumentos para explicar a um casal o que é a paternidade e maternidade responsável? Será que só um padre, um médico ou um biólogo pode esclarecer sobre questões de bioética? Temos que, pelo menos, nivelar em importância os conhecimentos úteis com os conhecimentos doutrinários. É necessário formação inclusive moral. As famílias estão muito soltas e confusas.

“O Bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas”. Não vamos morrer na cruz, mas podemos nos sacrificar para sermos pessoas motivadas e profundas. É preciso uma Pastoral Familiar feita com as sete atitudes pastorais fundamentais e com as duas insubstituíveis. As seitas só avançam onde há vazio pastoral. As pessoas querem (e precisam) ouvir verdades profundas, compreensíveis, que preenchem o coração humano.

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