A Paz de Cristo e o amor de Maria queridos irmãos e irmãs.
No dia 22 de maio de 2014, participei (eu, Fabiana) de uma reunião na minha Coordenadoria Regional de Educação a convite da diretora de minha EU (Unidade Escolar), que conhece meu trabalho na defesa dos valores familiares, e por este motivo, cedeu-me seu convite para participar deste encontro promovido pelo Comitê de Gênero da mesma coordenadoria.
A reunião foi realizada com o objetivo de divulgar as ações da Secretaria Municipal de Políticas para a Mulher, e contou com a presença da própria secretária, Ana Rocha, que nos fez uma apresentação de início primorosa sobre como a referida Secretaria atua, retirando a mulher e a criança vítima de abuso da situação de agressão e a formando para recolocação social, um trabalho, claro, ao qual devemos, de fato, dar mérito e reconhecer a importância.
O grande problema do encontro foi, quando passados os 30 minutos iniciais, começou-se um processo de apresentação de fatos baseados em informações colhidas pela ONU e repassada a ela no último congresso que participou. Era uma mostra de situações que colocavam a mulher em risco, como o número crescente de doenças de origem sexual, morte no parto em decorrência de mal atendimento por problemas que poderiam ter sido detectados no prénatal, preconceito de profissionais de saúde contra lésbicas, gravidez na adolescência, etc.... e direcionou a “culpa” destas situações, que ainda ocorrerem com frequência (isso misturando tudo com dados sobre a questão da violência doméstica, tudo no mesmo pacote), à mentalidade da população, aos valores que a sociedade traz consigo, havendo necessidade da ação da escola como agente direto na mudança de cultura para que estes valores sejam transformados, fazendo com que a sociedade perceba que o lar não é um espaço “sacrossanto” –foi exatamente a expressão usada por ela - e que quando os direitos da mulher não são respeitados “é assunto do Estado meter-se sim!” (Estas últimas, palavras da própria secretária Ana Rocha também).
Outra questão abordada, foi com relação à luta pelo reconhecimento e valorização da mulher no mercado de trabalho. De acordo com sua fala orgulhosa, ela dizia “que nós mulheres já ocupamos 40% das vagas no mercado de trabalho” (isso em tom de quem está compartilhando o último boletim de guerra). E continuou: “Nisso nós já ganhamos terreno, o problema é que ainda somos discriminadas, por que só conseguimos crescer e ser bem sucedidas em maioria em setores ligados ideologicamente ao trabalho doméstico ou considerado de aptidão feminina (foi inevitável ter um acesso de riso e concluir internamente, que este “grande” problema identificado por ela deveria se dar ao fato de sermos do sexo feminino, e que ser mulher não é um apêndice de nossa personalidade!).
E continuou, dizendo que o trabalho agora seria começar a “dominar” as áreas consideradas de aptidão masculina, ressaltando a importância do apoio dos professores neste processo, para assim formar a sociedade para uma cultura menos machista, que defenda a mulher.
O que mais me impressionou, foi ver a plateia (de professores, vale ressaltar) recebendo tudo de forma passiva, e concordando com ideias que agridem a própria individualidade.
Quando a plenária iniciou-se pude fazer alguns questionamentos.
Coloquei que com relação às estatísticas mostradas e às propostas de prevenção de DST ‘s e as mortes maternas decorrentes delas e de outras situações, não seria relevante também ressaltarmos a que contribuição da visão de emancipação feminina foi limitada a uma “guerra dos sexos” em vez de coerentemente buscar condições de trabalho que respeitem o que deve socialmente equiparado a todo ser humano como a dignidade, a competência intelectual e seus direitos e deveres. Busca-se igualdade no pior dos aspectos do machismo - a cultura do “garanhão” que deu origem a um outro fenômeno: a cultura da cachorra, que devido a um comportamento sexual autodestrutivo e descartável. A prática de comportamentos de riscos, aumenta em consequência os índices estatísticos, que claro, são, ainda, agravados pelo mal atendimento. Entretanto têm como origem, não a discriminação mas um comportamento pessoal consciente. Diante deste quadro, não seria mais responsável por parte dos educadores formarem as famílias destas crianças para a valorização da dignidade da pessoa humana? Não seria mais ético e honesto a promoção de uma cultura menos instintiva e mais racional e reflexiva sobre as práticas que podem levar aos problemas estatísticos apontados, resolvendo a causa do problema e não a consequência? Não seria mais coerente analisar com mais prudência as propostas a ONU? Organização esta que disponibiliza em seu próprio site um manual de prevenção da morte materna para mulheres de 10 a 49 anos, e que portanto não se adequa à realidade cultural, moral e legislativa brasileira, além de erradamente colocar como algo comum e natural uma criança de 10 anos estar grávida, avalizando um processo de erotização infantil, que é outro problema pelo qual passamos e que consequentemente vai inflar estas estatísticas à longo prazo...
A secretária resolveu anotar todos os pontos que fossem perguntados para dar uma resposta que englobasse tudo no final.
Fiz, então uma segunda pergunta:
Se com relação à questão do desempenho da mulher no mercado de trabalho, haveria projetos que, em vez de fomentar uma busca pautada na guerra dos sexos, visassem criar condições ou leis que respeitassem as particularidades da essência feminina, que em sua psique naturalmente diferente do homem, e que por sua natureza feminina, não consegue fazer dos setores de sua vida, como a maternidade, por exemplo, um apêndice de sua vida. A mulher deveria enquanto profissional, ter isto respeitado, como por exemplo, assegurado o direito de levar um filho ao médico sem sofrer sanção. Questionei se haveria um projeto de desenvolver políticas voltadas para o bem estar feminino, respeitando o “ser mulher” de cada trabalhadora, sem obrigar as mulheres a deixarem sua personalidade feminina para se tornarem profissionais.
Neste momento me solicitaram de volta o microfone.
Mas a secretária respondeu dizendo que “o peso” (isso, o peso) da maternidade todo jogado para a mulher, que temos que evoluir como nos países desenvolvidos do mundo e entender que (vejam só!) a MATERNIDADE É UMA ATITUDE COLETIVA, pois estas crianças vão produzir para a sociedade e, portanto é a sociedade que tem também que se responsabilizar por elas. E que temos que criar estratégias para que o peso saia dos ombros da mulher... Oferecendo cada vez mais creches e escolas em tempo integral.
Diante deste argumento, coloquei (mesmo sem o microfone) que o que se percebe em sala de aula, é exatamente o contrário. Que a criança educada de forma “coletiva” rende menos, tem mais problemas de comportamento, e sente a falta de carinho da família. Já a criança que possui uma família na qual os adultos tem um papel bem definido, e lhe dão a devida a tenção, esta, sim, rende bem e é “bem resolvida”, digamos. Que os laços maternos e paternos são diferentes dos laços assumidos por qualquer outra pessoa com a criança, e que isto é vivido na prática cotidiana de cada professor, já que a qualidade do vínculo é diferente. Um professor não ama um aluno como filho, e nem um filho como aluno. A profundidade do vínculo é diferente, o que provoca, claro, uma relação diferente, e que em nome dos lucros da coletividade, não é justificável que se negue o direito essencial à individualidade. Que a há mulheres que querem, sim, ficar com seus filhos, e que estas devem ter assegurado o seu direito de poderem ficar com seus filhos em casa e educa-los. E usei meu exemplo particular, que tive meu direito à maternidade desrespeitado pela rede, que me proibiu deixar minha filha em meio período na creche. É uma agressão, mesmo em nome da “coletividade”, negar a qualquer pessoa o direito à individualidade.
Como eu já esperava, usando a justificativa do “horário avançado” a reunião foi encerrada, e meus questionamentos ficaram sem resposta. Mas as formulei tais perguntas, na verdade, não para obter respostas, mas, sim, para tentar ser um contra ponto no meio de tantas atrocidades ditas para fazer os colegas que estavam lá comigo refletissem sobre o que estava sendo proposto.
Se houve efeito... Isto eu não sei.
Confesso que fiquei preocupada, pois segundo a própria Ana Rocha, ela percorrerá outras coordenadorias divulgando estas ideias com o objetivo de arrolar os professores neste nefasto projeto. E de buscar parceria com as unidades escolares a fim de levar palestras para os pais nas escolas.
Resolvi enviar este relatório, juntamente com meu esposo, apenas para deixá-los cientes do que está acontecendo na rede municipal do Rio de Janeiro para agredir as famílias. Como cidadã, agente de pastoral e professora combato isto em minha prática docente.
O que eu sugiro: que pelo menos os agentes da PF que são professores possam ser formados para combater isto nas suas escolas, pois a ideologia de gênero está entrando nas escolas pelas portas dos fundos, vagarosamente e disfarçada de boa prática. Não é nada estruturado em termos de projeto, mas ainda uma ideia.
Não sei se vocês conhecem o trabalho de um grupo chamado oficina de valores. Eles são jovens que vão às escolas dando não uma formação doutrinal, mas humana aos jovens. E a partir daí convidam para um conhecimento mais aprofundado, e então anunciam o evangelho. Não os conheço pessoalmente, mas sou leitora do blog. (http://oficinadevalores.blogspot.com.br/p/oficina-de-valores.html)
Minha sugestão é capacitar uma equipe vicarial ou forânea da PF possa fazer um trabalho parecido e ofereça estas palestras de formação Humana às famílias nas escolas, inclusive tratando temas como Gênero, o estatuto da família, Educação dos filhos, etc... que percorreria as escolas prestando este serviço. E a partir daí, convidar aqueles que se interessarem para um trabalho doutrinal, ou um retiro...
Fiquem com Deus.
Atenciosamente,
Roberto e Fabiana Von Abel
Pastoral Familiar
Vicariato Oeste
7ª Forania
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