domingo, 12 de junho de 2011

RETIRO DA PASTORAL FAMILIAR (1)




Iluminados por Pentecostes, no final de semana de 10 a 12 de junho, Dom Antônio Augusto pregou o retiro anual da Pastoral Familiar, no Centro de Estudos do Sumaré para quase 100 participantes. Houve momentos de palestras, meditações, oração do terço, adoração ao Santíssimo Sacramento, a Santa Missa, além de um momento de confraternização entre os casais presentes por ocasião do dia dos namorados.
O tema do retiro foi: “Como minha família pode ser sal, fermento e luz do mundo?” e ao longo desta semana postaremos os resumos de todas as palestras e meditações.
Na missa de encerramento, celebrando a solenidade litúrgica de Pentecostes, Dom Antônio Augusto ~fez o rito que apaga o Círio Pascal e fez uma bênção especial das alianças para revonar o compromisso matrimonial dos casais presentes.
Confira também algumas fotos marcantes em nossa galeria na parte inferior do blog.
Como o número de participantes é limitado, esperamos que nossos internautas aproveitem um pouquinho deste final de semana abençoado.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

I SIMPÓSIO DA FAMÍLIA (6)


EDUCANDO PARA O AMOR (CLEUSA THEWES)


Jesus Cristo elegeu uma família para nascer, adolescer e crescer. Pais e mães tem que ir à casa de Nazaré para buscarem forças e subsídios para aprender a amar. O amor divino é o que precisa nos sustentar.
“A sociedade passa por uma crise de identidade, sendo levada a um enfraquecimento de referenciais, valores, sentidos e significados.” (Cristiane Blank, Psicóloga e Teóloga)
A sociedade de hoje não aceita compromissos a longo prazo, uma sociedade consumista, individualista, hedonista e normótica, ou seja, a doença da normalidade, nada mais nos incomoda nem nos choca.
Nas DGAE, a Igreja sugere um especial carinho que devemos ter para com as família marcadas pela violência e outros males.
O amor procura um lar, procura onde habitar: vemos crianças passando fome, abandonadas, abusadas... Jovens perdidos nas drogas... mulheres vítimas de violência doméstica... pais desempregados... e o amor pergunta: “Onde eu habito?”. Onde houver corações, a Igreja precisa estar viva e atuante. O amor pede passagem, a humanidade resiste, apega-se ao desapego da ternura, da compaixão. O amor chora nos irmãos enrolados em cobertores de papelão, dormindo em calçadas frias no sujo chão. O amor procura um lar.
A família mesmo afetada por mudanças socioculturais., éticas e religiosa reage aos condicionamentos e adapta-se a eles, encontrando novas formas de organização que de algum modo a reconstituem.”(Dom Petrini) Isto é, a família é elástica. E nós precisamos acreditar sempre na positvidade não por causa do pensamento positivo, mas por causa da vitória de Cristo. Ela é a nossa esperança.
Criamos nossos filhos como se o paraíso fosse aqui. (Roberto Crema) Aqui não é o parais, mas os pais querem dar tudo e privá-los da dor, da morte, da doença... São exatamente as vicissitudes que os fortalecem.
Adolescência: há pais adolescendo em casas sem adultos, sem estrutura de lidar com os adolescentes. Filhos são pessoas, não problemas. Pais precisam resgatar a autoridade, como Jesus fazia com seus discípulos, manejando os relacionamentos co confiança. O amor dos pais não cansa, espera a maturidade chegar. “O amor é paciente.” (I Cor 13).
Pais, acreditem, “o amor jamais passará.” (I Cor 13, 8)!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

I SIMPÓSIO DA FAMÍLIA (5)


FAMÍLIA E POLITICAS PÚBLICAS (DOM JOAQUIM)



O que é a família dentro do plano de Deus?
Uma das coisas mais lindas do Cristianismo é que ele é uma Boa Notícia e não uma série de dogmas e exigências. Ser cristão é ser ajudado por Deus. É um caminho para levar Deus às pessoas. O mesmo se dá com a família.
Rui Barbosa dizia que de tanto ver triunfar as injustiças chegará o tempo em que se terá vergonha de viver a justiça. Com a família também parece ser assim... Parecemos ter vergonha de ser família, de viver os valores que o mundo considera retrógrado.
A família tem sua origem no matrimônio e este se baseia no livre consentimento de amor entre o homem e a mulher. A plenitude do matrimônio é construir uma família. Por que as pessoas devem se casar? Para o bem dos esposos e para a geração e para a geração e educação dos filhos. O amor dos esposos e a geração dos filhos instituem entre os membros da família relações pessoais e responsabilidades primordiais.
Ao criar o homem e mulher Deus instituiu a família humana e dotou-a de sua constituição fundamental. Seus membros são iguais em dignidade, direitos e deveres em vista do bem comum de seus membros e da formação da sociedade. Apesar da diversidade de situações pelas quais a família passa hoje (crianças sem pais, segunda união, etc) a Igreja precisa manter-se firme dentro do projeto de Deus.
Diz a Familiaris Consortio,1: “A FAMÍLIA nos tempos de hoje, tanto e talvez mais que outras instituições, tem sido posta em questão pelas amplas, profundas e rápidas transformações da sociedade e da cultura. Muitas famílias vivem esta situação na fidelidade àqueles valores que constituem o fundamento do instituto familiar. Outras tornaram-se incertas e perdidas frente a seus deveres, ou ainda mais, duvidosas e quase esquecidas do significado último e da verdade da vida conjugal e familiar. Outras, por fim, estão impedidas por variadas situações de injustiça de realizarem os seus direitos fundamentais.
Consciente de que o matrimônio e a família constituem um dos bens mais preciosos da humanidade, a Igreja quer fazer chegar a sua voz e oferecer a sua ajuda a quem, conhecendo já o valor do matrimônio e da família, procura vivê-lo fielmente, a quem, incerto e ansioso, anda à procura da verdade e a quem está impedido de viver livremente o próprio projeto familiar. Sustentando os primeiros, iluminando os segundos e ajudando os outros, a Igreja oferece o seu serviço a cada homem interessado nos caminhos do matrimônio e da família.”
Devemos ter metas. A Pastoral Familiar com seus setores deve acolher todas as família e anunciar ajudar e perseguir o projeto original de Deus sobre a família, que tanto sofre com a discriminação, sendo considerada uma realidade retrógrada. Tais atitudes de desprezo para com a família põem em risco toda vida comunitária. O ser humana precisa do ambiente familiar para absorver sua cultura. É um processo lento que se desenvolve naturalmente na esfera protetora da família como um crescimento natural e gradual.
A Igreja tem o direito de ajudar a família e o Estado tem o dever de defender os seus direitos. A família precede o Estado. Por isso o Estado deve valorizar, defender a ajudar a família a cumprir sua missão de ser:
1. A formação de uma comunidade de pessoas à serviço da vida:
2. O serviço à vida
3. A participação no desenvolvimento da sociedade
4. A participação na vida e na missão da Igreja
5. Lugar de discernimento vocacional

Você quer ser feliz? Isso só se consegue fazendo o outro feliz. E o que faz o outro feliz? Sorrir, ajudar e oferecer ajuda, conversar, respeitar... Isso é o que nos torna verdadeiramente livres, quando somo capazes de nos libertar de nós mesmos.
A família é um sujeito social, dotada de cidadania, sem competir nem se opor aos direitos e deveres de cada cidadão individualmente. Cuidar da família não quer dizer desprezar o cidadão. Não é o estado que atribui tais realidades à família, o estado deve reconhecer tais atributos, valorizá-los, defendê-los e promove-los em leis mais justas.
A família na sua finalidade primaria é o melhor lugar do acolhimento à vida. Portanto ela goza de cidadania e é insubstituível na sua missão de desenvolvimento integral da pessoa e da sociedade. A Pastoral Familiar deve ajudar as pessoas a se encontrarem com Deus, a viverem sua fá através da família e da sociedade.

O que é política pública?
É uma ação planejada por órgãos de administração pública. O fundamento das políticas familiares deve conter o reconhecimento da família.
- Os projetos das políticas publicas familiares devem fortalecer os bens familiares
- As relações conjugais
- A maternidade e paternidade
- Afeto, apoio mútuo, proteção e outros bens

Por isso, as políticas publicas devem ser subsidiais, ajudar a família a cumprir sua missão, porém algumas utilizam as famílias para resolverem seus problemas.
Diante de uma sociedade despersonalizada e massificada, a família é a única realidade capaz de arrancar as pessoas do anonimato e dar-lhes a consciência da sua personalidade pessoal e inseri-los na sua dignidade e irrepetibilidade.

Nas políticas públicas existem 2 erros comuns:
- Usar as família para deslegitimar as funções do Estado e
- Atribuir ao Estado as funções da família.

A verdadeira política pública familiar:
- É mais abrangente do que a luta contra a pobreza, mas deveria abranger todas as famílias.
- Não se dirige apenas às famílias em crise, mas a todas
- A legislação deve promover todas as família
- Não deve ser confundida com assistencialismo, mas segundo o conceito da subsidiaridade.

As políticas familiares devem procurar o bem de todos. Devemos ter políticas amigas da família que a considerem como sujeito social.
- Política habitacional amiga da família – deixar a família participar da elaboração da planta das casas segundo as suas necessidades, o número dos seus membros o que resultaria numa maior responsabilidade e cuidado na preservação do imóvel adquirido.
- Política de emprego amiga da família – priorizar pais de família e dar-lhes capacitação técnica, incentivando as empresas com estímulo fiscal.
- Sistema educacional amigo da família: proporcionar conteúdos programáticos com valores cristãos
- Meios de comunicação amigos da Família: com conteúdos que visem o desenvolvimento da família.
- Políticas que contemplem à saúde, ensinar o Planejamento Natural da Família, ações na área da alimentação, criação do ministério da família, etc.

Conclusão:
1- Considerar e subsidiar a família. A família é um recurso natural e espiritual sem aquela a sociedade entraria em colapso.
2- A reciprocidade e a gratuidade devem reinar na vida do casal e entre pais e filhos
3- Há uma relação entre bem estar da família e da sociedade. Quando a família é desagregada e as instituições assumem o papel as consequências são desastrosas.
4- A família é perita em solidariedade e partilha.
5- A família é a instituição capaz de dar aproveitamento máximo aos recursos a ela destinados
6- A família faz a mediação entre os indivíduos e a sociedade, ajuda a que sejam assimilados os ideiais, as normas e valores.

terça-feira, 7 de junho de 2011

I SIMPÓSIO DA FAMÍLIA (4)



A primeira parte do Simpósio da Família, em Aparecida, terminou com um momento de resposta às perguntas da assembléia. O debate contou com os três palestrantes da manhã: Padres Rinaldo e Zezinho e Dom Petrini.




DEBATES




Renúncia, sacrifício da vida familiar podem ser sinônimo de trocar algo menos importante por algo mais importante?
Padre Rinaldo: Troca indica interesse. A gratuidade é a chave do amor. Renunciar significa lembrar-se das escolhas já feitas, que devem pesar na nossa vida presente. Sacrifício significa tornar sagrado. Para termos êxito em nossos relacionamentos precisamos sair de nós para irmos ao outro.

Explique melhor o que há de equivocado na expressão "tomar posse"?
Padre Zezinho: Uma coisa é tomar posse da graça de Deus é bem diferente de forçar que Deus me dê o que eu quero. Quem diz que você tem que tomar posse do sucesso, do emprego, etc. Isso é errado. Nós não possuímos nada. Deus é que tem o poder, nós temos o pedir. Deus é que tem que tomar posse de nós.

No mundo de hoje é possível buscar a santidade e não se contaminar?
Dom Petrini: Prudência e capacidade de avaliar. Diz I Tes: “Avaliai tudo; ficai com o que é bom.” É preciso abandonar posturas ingênuas diante de filmes, propostas pedagógicas, etc. Não nos deixemos seduzir. Uma família mais consciente pode e deve ajudar a outra.

Comente a questão das uniões homossexuais.
Dom Petrini: Cito a nota da CNBB: "... dirigimo-nos a todos os fiéis e pessoas de boa vontade para reafirmar o princípio da instituição familiar e esclarecer a respeito da união estável entre pessoas do mesmo sexo. (...) A diferença sexual é originária e não mero produto de uma opção cultural. O matrimônio natural entre o homem e a mulher bem como a família monogâmica constituem um princípio fundamental do Direito Natural. As Sagradas Escrituras, por sua vez, revelam que Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança e os destinou a ser uma só carne (cf. Gn 1,27; 2,24). Assim, a família é o âmbito adequado para a plena realização humana, o desenvolvimento das diversas gerações e constitui o maior bem das pessoas.
As pessoas que sentem atração sexual exclusiva ou predominante pelo mesmo sexo são merecedoras de respeito e consideração. Repudiamos todo tipo de discriminação e violência que fere sua dignidade de pessoa humana (cf. Catecismo da Igreja Católica, nn. 2357-2358).
As uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo recebem agora em nosso País reconhecimento do Estado. (...) Equiparar as uniões entre pessoas do mesmo sexo à família descaracteriza a sua identidade e ameaça a estabilidade da mesma. É um fato real que a família é um recurso humano e social incomparável, além de ser também uma grande benfeitora da humanidade. Ela favorece a integração de todas as gerações, dá amparo aos doentes e idosos, socorre os desempregados e pessoas portadoras de deficiência. Portanto, tem o direito de ser valorizada e protegida pelo Estado."

Desde Adão e Eva, nunca existiram união homossexuais reconhecidas por poder governamental. Não haviam feito esta tentativa de se equiparar à família. Uma sociedade acabaria extinguindo-se. É preciso ter respeito, mas clareza. Ninguém pode usar um jaleco branco e dizer que é médico. A aparência só não basta. A família tem características próprias. Não podemos condenar, mas também não podemos confundir.

Que tipo de futuro terão os filhos adotados por dois homens ou duas mulheres?
Padre Rinaldo: Lê-se na Mulieirs dignitatem que homem e mulher são referências. O homem tem os seus atributos e não esgota em si o ser humano. A mulher tem seus atributos, mas também não esgota em si tudo o que representa o ser humano. É a junção dos dois que constrói a maturidade e a sanidade de uma pessoa. Uma união entre pessoas do mesmo sexo, jamais substituirá o papel de uma família, porque está, por natureza, incapacitada para tal.

O que dizer do vidente de Nossa Senhora Pedro Regis?
Padre Zezinho: Não devemos diminuir estes que se dizem videntes, mas não somos obrigados a ouvi-los. Somos livres para crer ou não crer. Vale sempre ouvir a voz da Igreja e ter, como ela, a mesma prudência.

Fale sobre os casais em segunda união.
Padre Zezinho: É um trabalho que progride e que precisa ser muito bem conscientizado. Acabei de gravar uma música sobre este tema. Devemos procurar estes casais sem iludi-los, pois não receberão novo sacramento. A Igreja chega perto, concedendo sem ceder.

Como agir perante os casos de homossexualismo?
Padre Rinaldo: Devemos começar perguntando sobre a questão da “opção sexual”. Um psicólogo uma vez me disse que muitos vivem uma condição e não uma opção, ou seja, foram levados a isso. É preciso misericórdia. Odiar o pecado, mas amar o pecador. O que se pede às pessoas que passam por isso? O mesmo que Deus pede a todos: “Não pecar contra a castidade.” É o mesmo que Deus pede aos casados, aos solteiros, aos celibatários também.

Por que a nulidade está mais fácil?
Dom Petrini: O que aumenta, na verdade, é o número da procura para este tipo de processo e também (lamentavelmente) aumenta o número de casamentos em que, de fato, as pessoas foram mal-formadas, confundidas pelo mundo atual. É preciso dar formação mais adequada a quem recebe o sacramento do matrimônio.

E a geração de filhos sem pais? Como agir pastoralmente para confortar especialmente os filhos?
Dom Petrini: É um grande drama a geração dos filho sem pai. Cerca de 30% hoje das famílias são chefiadas por mulheres e mesmo nas outras o homem está muito pouco presente por exigências do mercado de trabalho. Este último caso, por exemplo, será o tema do VII Encontro Mundial das Famílias. Quanto ao primeiro, será que nossas comunidades cristãs não pode ser um pouco “pais” desses filhos?

O que transforma uma família "sitiada" em "situada"?
Padre Zezinho: Muito estudo, formação.

Padre não pode ter opinião própria?
Padre Zezinho: Pode, mas na pode expressá-la. Ele fez um voto de ser porta-voz da Igreja. Todos nós pensamos, somos seres humanos. Nunca podemos ensinar algo que vá contra à doutrina da Igreja. É a mesma coisa no casamento: quantas vezes o marido não fala o que queria por causa da esposa...

Quantos filhos a Igreja diz que o casal deve ter?
Padre Zezinho: O tanto quanto. O mundo muitas vezes complica quem quer ter mais filhos. Por isso, que sejam quantos filhos o casal puder te. A Igreja não especifica número.

O que dizer com relação aos jovens com viciados na internet?
Padre Zezinho: O caminho é o diálogo e se preciso o padre e a internet, porque, às vezes, pode já ser uma enfermidade e precisar de tratamento médico e psicológico.



Como ficam os sacramentos para filhos de pessoas em uniões homoafetivas?
Dom Petrini: A Igreja não tem a obrigação de conceder o Batismo a essas crianças se os adultos o fazem só para afrontar a sociedade e tentar se legitimar. Se houver garantias da educação na fé o sacramento pode até ser concedido, mas creio que o primeiro caso, infelizmente, seria maioria.

O que falar dos padres que não aceitam a Pastoral Familiar...
Padre Rinaldo: É preciso uma conversão pastoral. Será que não estamos sendo capazes com a nossa convicção, com a nossa paixão para converter esses que ainda não aceitam esta proposta?! Uma comunidade sem a boa articulação da Pastoral Familiar, com certeza, perde muito em seu dinamismo pastoral.

Como os documentos podem chegar mais às pessoas e até aos padres?
Dom Petrini: A Igreja é uma família e não uma tropa de militares. Tudo é no diálogo: uns acolhem mais, outros menos... precisamos nos exercitar na capacidade de dialogar.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

I SIMPÓSIO DA FAMÍLIA (3)


A FAMÍLIA NO CONTEXTO ATUAL
(DOM JOÃO PETRINI, PRESIDENTE DA COMISSÃO EPISCOPAL PASTORAL VIDA E FAMÍLIA)



A beatificação de João Paulo II é um grande exemplo para as comunidades cristãs, pois ele enfrentou com coragem, em diversos ambientes, a controvérsia. As polêmicas da Igreja com o mundo é: que tipo de homem e de mulher, de família estamos construindo de hoje em diante? O modelo é a pessoa esperta que sabe tirar vantagem de tudo?! Ou o santo que nem sempre ganha todas, mas que se sacrifica pelo bem do outro?! A partir desses pontos daremos início ao debate.
Não basta só defender, proteger a família é preciso anunciar a verdade e fazê-la sujeito, não só objeto da evangelização.
O contexto atual ensina ao homem de hoje que ele tem o direito de escolher tudo, até sua sexualidade. Sartre, por exemplo, foi um filósofo que procurou negar a existência de Deus, afirmando que a existência de Deus e até a dos outros mesmo limitam e ameaçam nossa liberdade. "O inferno são os outros". Isso exalta um estilo de vida em que os outros entram apenas tangencialmente. Negou a paternidade ao afirmar que todos vínculos estão podres. A recusa dos vínculos é hoje uma mentalidade difusa. Diz Bauman, filósofo polonês, que a sociedade é líquida: tudo flutua, ficamos mareados, com tontura, nada fica firme.
O homem e a mulher recusam vínculos sólidos, trocando-os por outros de breve duração, sem compromisso, como se o “eu” existisse dissociado do “tu”. Ao contrário, João Paulo II vem nos recordar a comunhão trinitária o amor como dom a ser construído. Na Carta às Famílias (9) João Paulo II afirma: “Através da comunhão de pessoas, que se realiza no matrimônio, o homem e a mulher dão início à família. Com a família está ligada a genealogia de cada homem: a genealogia da pessoa. A paternidade e a maternidade humana estão radicadas na biologia e, ao mesmo tempo, superam-na.”. João Paulo II vai para o pólo oposto desta tendência do mundo atual. O "eu" só existe em relação.
Desde o início da vida, enquanto filho(a), o homem e a mulher são constitutivas da personalidade, diferentemente das relações eletivas que dependem do nosso simples querer. As relações com mãe e pai, por exemplo, são a base da nossa existência. Assim, também a relação entre marido e mulher forma a identidade de ambos. O início de cada ser humano guarda o mistério da alteridade: eu não me faço sozinho, me faço com o outro e para o outro. Minha existência neste mundo depende dos outros: eu não sou capaz de me auto-gerar.
João Paulo II indica o caminho do amor como o caminho para viver esta comunhão naquela a pessoa se aperfeiçoa em sua humanidade, em direção à plenitude que não poderia se encontrada fora disso. A Gaudium et Spes recorda que o amor se concretiza como dom sincero de si.
Na Familiaris Conosrtio (11), lemos: “Deus criou o homem à sua imagem e semelhança: chamando-o à existência por amor, chamou-o ao mesmo tempo ao amor. Deus é amor e vive em si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor. Criando-a à sua imagem e conservando-a continuamente no ser, Deus inscreve na humanidade do homem e da mulher a vocação, e, assim, a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão. O amor é, portanto, a fundamental e originária vocação do ser humano.”
E no n. 14, a exortação diz: “Segundo o desígnio de Deus, o matrimônio é o fundamento da mais ampla comunidade da família, pois que o próprio instituto do matrimônio e o amor conjugal se ordenam à procriação e educação da prole, na qual encontram a sua coroação. Na sua realidade mais profunda, o amor é essencialmente dom e o amor conjugal, enquanto conduz os esposos ao «conhecimento» recíproco que os torna «uma só carne», não se esgota no interior do próprio casal, já que os habilita para a máxima doação possível, pela qual se tornam cooperadores com Deus no dom da vida a uma nova pessoa humana. Deste modo os cônjuges, enquanto se doam entre si, doam para além de si mesmo a realidade do filho, reflexo vivo do seu amor, sinal permanente da unidade conjugal e síntese viva e indissociável do ser pai e mãe.”
É como se fossemos colocados diante de alternativas a cada momento. Vale recuperar a palavra de Jesus. “Ouvistes o que foi dito... eu porém vos digo...” e ele tem a audácia de dizer algo diferente daquilo que todos diziam. Os tempos de hoje exigem isso de nós: a Globo diz, o Supremo Tribunal diz, todo mundo dizem...". Mas nós ousamos repetir o que Deus diz, o que o seu desígnio sonhou para a nossa felicidade e plena realização. De um lado o individualismo, de outro a doação, de um lado perseguir seu próprio interesse até sacrificando a vida de outros, ou então outra possibilidade, viver o amor que se doa até o sacrifício de si mesmo. Ou permitirmos que prevaleça uma mentalidade mercantilista ou compreendemos sempre mais o dom gratuito, assim como Cristo faz com conosco.
O que antes seria o caminho mais natural, que até os não-cristãos seguiam espontaneamente. Hoje distingue-se cada vez mais claramente quem é verdadeiramente cristã e quem segue por caminhos exóticos.
Chega de defesa! Chega de ficarmos acuados. Queremos sempre mais ser evangelizadores destemidos para que as famílias encontrem a verdadeira felicidade.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

I SIMPÓSIO DA FAMÍLIA (2)


FAMÍLIA E TRANSMISSÃO DA FÉ: PAIS PEDAGOGOS
(PADRE JOSÉ FERNANDES DE OLIVEIRA - PADRE ZEZINHO)



Há muitos estudos que abordam os impactos da cultura atual do sexo, da mídia, etc na família. Onde há exageros ou carências, a família paga o preço. Através dos filhos desestabiliza-se o casal, e através do casal desestabilizam-se os filhos.


DIÁLOGO E UNIDADE: Se Deus tem um sonho, podemos dizer que é o sonho da unidade (Jo 17, 21). E foi Jesus mesmo que deixou a santa pedagogia da unidade. Nunca poderemos ser como o Pai e o Filho são, mas podemos ser UMA família, UMA Igreja. Tudo o que aproxima nos leva mais perto do jeito de Deus. E isto começa através do diálogo.
A catequese do diálogo: diálogo é a capacidade de ver as coisas a partir do ponto de vista do outro. É buscar a essência com e a através do outro. Amor é diálogo, sexo é diálogo, família é diálogo. O diálogo só existe porque existe o outro, e ele é importante para mim.. Cria-se um “nós”, pois somos chamados a viver com e pelos outros. Família é uma sequência de laços, relações e reações. Boas relações ensinam boas reações. É preciso educar para boas relações, pois este é o princípio da transmissão da fé. Catequese é diálogo. Deus fez e faz isso conosco. Deus vai se relacionando conosco e nos ensinando como devemos viver.

INDIVIDUALIDADE E INDIVULDUALISMO: O mundo exalta o monólogo, salientando o “eu”, pois o “nós” parece seqüestrar nossa individualidade. Diz Jean Baudrillard que este mundo torna tudo fraccionado, sem visão de conjunto, sem mística do todo. Neste mundo sua família pretende ser um dos desafios. Todos os dias lutamos para fazer a partilha, o diálogo. Somos uma família Católica e sabemos que nem tudo nos é permitido. E nem tudo que é permitido nos convém.
O diálogo nos ensina que nem tudo nos é permitido. Diálogo pode até ser agradável, mas não e fácil. Exige sacrifícios e renúncia. A Igreja é como um semáforo verde, amarelo e vermelho. Fica mais tempo verde, mas quando é vermelho é proibido mesmo. A firme defesa da indissolubilidade do matrimônio, da vida desde a concepção... Quantos mudam de religião só para ter o sinal verde o tempo todo.
Ousamos ir além do efêmero. Ficar casado para sempre é impossível?! Como, se milhões conseguiram?! Ousamos afirmar: o sexo é para entrega plena dentro do contexto familiar. Não despreza os casamentos que não deram certo, mas não deixa de dizer a eles a verdade. Seremos capazes de amar os casais que se encontram nesta situação especial. Discordamos das opiniões dos gays, como eles discordam da nossa, mas não queremos viver com eles em discórdia pois os respeitamos em sua dignidade de seres humanos. Diremos sempre “não ao aborto, pois, para nós, filho nascido tem o mesmo valor que o filho gerado! É “nós ou eles” ou “nós com eles e por eles”?
A essencialização da fé passa pela essencialização do amor e a essência do amor é o diálogo.


FAMÍLIA SITUADA: só quem é situado sabe dialogar. Só casais bem situados diante da sociedade são capazes de dialogar porque não têm medo de ouvir o outro. As famílias de hoje não podem ser derrubadas com o vento. O casal desafiado acha saída nas horas difíceis, desafia o mundo com seus valores de católico! Não receberemos aplausos de um mundo que não admite que invadam sua liberdade, mas também não venham invadir o nosso púlpito!
Quem está sitiado e não sabe onde está, como vai saber onde está o outro?! Não se acha, como vai achar as palavras para se comunicar?!

CONCEITUALIZAR: Precisamos conceitualizar num mundo que vive de preconceito, modismo e assassina o pensamento. Os pescadores às vezes não entram no mar para pescar. Com sua simples sabedoria, sabem analisar pelo movimento das ondas quando não vale a pena ir mar a dentro. Assim, também há ondas do mundo nas quais não entramos. Aprendemos com nosso primeiro papa que era pescador.
O que nós católicos queremos não é o modismo, nem o comodismo. Seria muito mais fácil fazer coisas fáceis, doces, agradáveis... Precisamos deixar de ser uma igreja de tinturas, frases bonitinhas. Precisamos ter coragem dizer: “pode, não pode, concordo, não concordo...”
A Igreja vai tentando responder a cada novo desafio que se coloca. Precisamos conhecer ler e propagar as verdades da fé através dos documentos da Igreja.
A canção “Oração pela Família” nasceu da Familiaris Consortio. Não houve século em que o tema da família e da educação dos filhos não tenha sido abordado pela Igreja.
Se queremos que o mundo nos siga, então, teremos que ter uma opinião. A Igreja precisa de lares proféticos que nasçam das nossas alianças de casados, do compromisso do sacerdócio e da consagração. As alianças que usamos não são badulaques, nem miçangas ou paetês, mas símbolos e sinais, sim. Revelam que são compromisso, amor e dever.
Família: escola de santidade, de acese de renúncia, de alegrias, afetos, laços, de decisões, convivência, santidade. O casamento é o ato de ir, de estar juntos... Doar-se ao outro por reserva com o amor que vem do céu. O que é um vínculo, senão um diálogo?!
A separação fere os filhos e a sociedade, e o egoísmo dos dois destrói a essência. As exigências da fé tornaram-se insuportáveis e o altar do mundo é bem mais prazeroso que a Cruz de Cristo. Não podemos julgar cada caso, mas também não podemos deixar de enfrentar esse desafio da nossa igreja tão severa em defender a questão do vínculo. Esta verdade precisa permear as nossas lideranças, que conseguem tanto sucesso nas carreiras, mas não na família. Quantos líderes que deveriam servir de modelo para o povo não conseguem dar exemplo de vida sadia em família...
Fica difícil ensinar que, às vezes, é preciso perder, para Deus ganhar, especialmente neste tempo em que, até em nossos púlpitos, só se fala em “vitória”, em “tomar posse”, quando sabemos que casar é “abrir mão”... O sentido de posse é diferente. O verbo ter sugere posse, a expressão “ser de...” garante entrega. No casal um vive no outro. São um só, como o mistério da Santíssima Trindade. É este Grande Mistério que dá sentido ao pequeno mistério que é a família.
Precisamos ser uma Igreja de casais e sacerdotes convictos. Muito do que nós perdemos nestes últimos tempos foi porque não tivermos coragem de falar o que deveria ser falado. Não entrar nas ondas do mundo, como fazem os pescadores espertos.
A Familiaris Consortio fala deste mistério da inseparabilidade. Porque os dois são humanos e como avião com dois pilotos sempre precisa de correção de rota, o diálogo é tão necessário. A grande luz, ou o Grande Outro, nos ensina a respeitar a grandeza do outro. Oremos para que a maioria consiga e aí o sonho de Jesus terá se concretizado: “Que eles sejam um como eu e tu o pai somos um.”. (Jo 17) Não se consegue isso sem o dialogo aprendido desde criança no colo do pai e da mãe.
Concluo com esta música baseada num casal real que soube viver a religião na simplicidade do seu lar.


Casinha de ribeirão
Pe. Zezinho, scj

Numa casinha pequenininha
Pertinho do ribeirão
Um casalzinho já bem velhinho
Vivia de recordação

Oitenta anos de vida, sessenta de união
Seis filhos e vinte netos
Todos eles um só coração

Ela a cuidar do seu bem
E ele cuidando também
E os descendentes cuidando de quem
A vida inteira por eles viveu

E na casinha do ribeirão
Quem governava era a religião

Numa casinha pequenininha
Pertinho do ribeirão
O Vô Francisco e a Vó Tereza
Viviam de oração
Ouvindo rádio tranqüilos, imersos na oração
Oravam pela família
Unida pela religião

Ela a orar por seu bem
E ele por ela também
Filhos e netos orando por quem
A vida inteira por eles orou

E na casinha do ribeirão
O amor de Deus foi quem os motivou

Lá na casinha pequenininha
Pertinho do ribeirão
Chegou a hora de vô Francisco
Partir sem hesitação
Chamou os filhos e filhas
E netos ao seu redor
E anunciou que partia em busca do Criador...

Deu seu recado final
Fez uma prece total
Filhos e netos fazendo oração
Naquela casa não há solidão

E na casinha do ribeirão
Venceu a vida e a religião

quarta-feira, 1 de junho de 2011

I SIMPÓSIO DA FAMÍLIA (1)

Conforme prometido começamos a trazer os resumos da série de palestras do I SIMPÓSIO DA FAMÍLIA, realizado no dia 28 de maio, em Aparecida. Comunicamos também que nossos informativos "Em família" já estão atualizados para download, na barra lateral do blog. Aproveitem!









A MISSÃO DA FAMÍLIA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
(PE. RINALDO ROBERTO RESENDE, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS)










A Familiaris Consortio é uma herança do nosso querido Beato João Paulo II que dizia que a missão da Igreja é proclamar: “O futuro da humanidade passa pela família” e podemos nós também afirmar que o futuro da família passa pelo casal.
Em tempos de crise a Igreja sempre firmou e confirmou sua doutrina. E nós estamos bem nesse período em que a família se vê ameaçada por todos os “ismos” (relativismo, egoísmo, subjetivismo...). Muitas vezes ficamos sem saber o que dizer e como dizer. Temos dificuldade de apresentar uma palavra profética em momentos em que a sensibilidade está a flor da pele e a família acaba sempre posta em discussão. Mas a Igreja continua afirmando: o matrimônio é elevado ao grau de sacramento, sinal da presença de Deus.
Vivemos tempo de contra-valores, no qual, pela mídia, sofremos com um nivelamento “por baixo” é um desafio constante.
O progresso e a técnica parecem querer substituir a Verdade. O grave problema do nosso tempo é essa busca da Verdade. O homem deve se libertar pela Verdade, mas parece, hoje, querer se livrar da Verdade.
Para chegarmos novamente a esta Verdade que caminho tomar? Certamente é o caminho do Evangelho. Voltemos a Mt 19, quando Jesus fala sobre o matrimônio. Ele é questionado e questiona de volta: “Senhor, por que Moisés permitia a carta de divorcio? E Jesus retrucou: O que disse Moisés? E Jesus responde: Ele permitiu isso por causa da sua dureza de coração...” O termo grego é esclerocardio, ou seja, o coração apodreceu, caiu na esclerose. Para nos resgatarmos é preciso voltar ao início, convida Jesus. Diz um provérbio africano: “Se você não sabe para onde vai, certamente sabe de onde veio. Volte para lá.”
Deus os criou homem e mulher, o homem encontrou a auxiliar que lhe correspondia. E fez aí sua primeira poesia: “Esta sim é osso dos meus ossos e carne da minha carne.”. O céu se fez família para a família buscar o céu. O matrimônio e a família nasceram como idéia, sonho de Deus. E o natural, no plano da redenção, é elevado a sacramento. O amor entre homem e mulher é ta forte que, desde o Antigo Testamento, se tornou parábola viva do amor de Deus: revelando-nos o amor de Cristo e da Igreja. Matrimônio é uma epifania (manifestação amor de Deus).
É linda a analogia entre o mistério pascal e o mistério nupcial, a diferença sexual, o amor e a fecundidade. Há estes três elementos nesses dois mistérios:
Diferença sexual: o casal é um ponto de partida para entendermos estes dois mistérios. Imagine a cena do Calvário, conforme o Evangelho de João. O discípulo amado e aquela mulher aos pés da Cruz. Não existia alguém mais preparada para acolher o divino esposo do que Maria, imagem da Igreja. As bodas de Caná foram apenas a prefiguração do que seria a revelação e a entrega plenas. O amor é curado pelas feridas do Cristo.
Amor: Um amor de entrega total e de acolhida total, o ágape, a entrega plena de si. O amor do homem é essencialmente entrega e o da mulher essencialmente acolhida, até na sexualidade. No mistério maior da nossa fé contemplamos o amor que acontece em casa. Não nos cansemos de nos entregar, nem de acolher o dom do amor. Só assim, experimentaremos a verdadeira felicidade e a liberdade do compromisso cumprido, como a que Jesus experimentou, porque depois do sacrifício vem a redenção, a ressurreição e a glória. A graça sacramental dá habilidade para o casal cumprir este dever
Fecundidade: da Cruz nasceu a Igreja, renasceram o discípulo amado e o bom ladrão.

A separação desses elementos trás efeitos bombásticos, comparados aos da bomba atômica, porque não temos noção das suas reais conseqüências, disse o Cardeal de Veneza, Dom Ângelo Escola.
Hoje temos sexo sem amor, amor sem sexo, sexo sem filhos, filhos sem sexo, filhos sem amor, sexo sem respeitar a diferença sexual... o que vamos colher disto, como acompanhar todos estes desafios pastoralmente?
É preciso resgatar os papéis fundamentais do casal. A nossa sanidade e a nossa maturidade estão ligadas a um casal. O papel específico do homem, o papel específico da mulher que se encontram para se amarem e gerarem vida. Esta fecundidade já começa a acontecer a partir da qualidade de vida que um dá ao outro. Os noivos poderiam dizer um ao outro: “Casei-me contigo para ter o privilégio de te amar. Sua vida será mais vida porque eu estou aqui...”. É um amor que amadurece e se solidifica para todo o sempre. Diz Nietsche: “O ser humano é um animal capaz de prometer.” E nós poderíamos dizer mais: “E que é capaz de manter-se fiel às suas promessas.”. Um professor meu em Roma dizia: “Minha mulher é como uma música clássica: quanto mais eu ouço, mas ela fica eternizada em minha alma.”
O PAPEL DA MULHER: Um amor que exige sacrifício. Diz Madre Teresa de Calcutá: “Quem nunca sofreu, nunca amou. É preciso amar até doer, senão não foi amor.”. Nós precisamos propor uma escola do sacrifício e da renúncia, porque parece eu tiramos essas palavras do dicionário. Bendita a nossa fé que tem uma mulher em pé ao lado da Cruz do seu filho. A Mulher é o esteio da casa. Quem conhece piadas de bêbado? Todos. E de bêbada? Ninguém... sabe por quê? Porque mulher não combina com um ser cambaleante. A beleza da mulher, no seu sentido real e original, salvará a humanidade. Não é à toa que "Igreja" é substantivo feminino. É preciso resgatar o papel da mulher que é o ser firme que dá identidade à família. Quem educa um menino, educa um homem, quem educa uma menina educa toda a sociedade, diz um outro provérbio africano.
O PAPEL DO HOMEM: o homem é que ensina a relação de troca, dá segurança, proteção... e como vemos hoje a imaturidade masculina... Quantos vem estendendo a adolescência para além dos 30 anos, vivem centrados em si mesmos.
O PAPEL DOS FILHOS: filhos são dons não direito, nem posse. Diz Cl 3: “Não irriteis, nem intimideis vossos filhos...”. Ou ainda o pensamento de Khalil Gibran:
"Vossos filhos não são vossos filhos...
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas...
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável."
Quanto mais o casal se amar, mais revelará Deus aos seus filhos. O filho tem o direito de ter referências masculina e feminina, pois a família é uma escola de afetos. E é essa diferenciação que traz o equilíbrio ao ser humano.
Quer avaliar como está o seu amor e o seu amor pela Pastoral Familiar? Veja como está sua dedicação. Ela é o sinal inconfundível do amor. Mas esta dedicação tem inimigos: o egoísmo e seus filho, tire tudo o que individualismo. Quer abastecer o seu amor com algo que seja mias tranqüilo do que o etanol e a gasolina: use afetos e delicadezas “Maridos não sejam grosseiros com suas esposas, mulheres amem seus maridos.”. Não podem faltar paciência e perdão.
Onde pensamos não haver caminho Deus faz um. A pastoral Familiar existe para gritar que amor não se faz, amor se vive!