sábado, 18 de junho de 2016

RETIRO DA PASTORAL FAMILIAR 2016 (parte 1)



1ª MEDITAÇÃO: ESPIRITUALIDADE FAMILIAR

Dentro da Igreja Católica há uma infinidade de tipos diferentes de espiritualidade, baseadas em estilos de vida, nos exemplos dos santos, nas instituições ou comunidades... na Exortação apostólica Amoris Laetitia o papa Francisco fala de uma ESPIRITUALIDADE FAMILIAR. Ou seja, uma espiritualidade que é própria da família, é a espiritualidade da comunhão. O papa fala que a família é um templo da comunhão matrimonial. E aí nesse templo habita a Santíssima Trindade. Não é uma espiritualidade de instituições ou de carismas aplicada à família, mas própria da família mesmo, que é templo de amor e de vida.
A espiritualidade de familiar concede aos pais, aos esposos, aos irmãos e filhos um especial caminho de salvação. A espiritualidade familiar assim apresentada pelo papa é uma via direta para entrar em comunhão com a Santíssima Trindade, e é fundamentada em I Jo 4, 12: 

“Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e seu amor em nós é plenamente realizado.”

É a união do Pai, do Filho e do Espírito de Amor com a minha família. Essa é uma profunda espiritualidade cristã no matrimônio e na família.
Neste retiro somos convidados a nos aprofundarmos nesta espiritualidade e levarmos a nossa família, seguindo o itinerário do qual o Espírito Santo se serve, para nos elevar às alturas de modo que o amor intratrinitário seja fortificado em nós. Começando nos detalhes cotidianos de hospitalidade, conversa, serviço, acolhimento... o lar é a hospedaria onde Deus vem ficar. O Espírito Santo conta até com nossas fragilidades e defeitos, com os ritmos do nosso amadurecimento humano no amor para criar esta habitação.
Não temos simplesmente uma casa ou um lar. Temos um TEMPLO. Na oração na última página do documento, temos uma oração essa dirigida a Sagrada Família, na qual destacamos, em especial o trecho abaixo:

‘Oração à Sagrada Família
Jesus, Maria e José,
em Vós contemplamos o esplendor do verdadeiro amor, confiantes, a Vós nos consagramos.
Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas.
Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais haja nas famílias episódios de violência, de fechamento e divisão; e quem tiver sido ferido ou escandalizado seja rapidamente consolado e curado.
Sagrada Família de Nazaré, FAZEI QUE TODOS NOS TORNEMOS CONSCIENTES DO CARÁTER SAGRADO E INVIOLÁVEL DA FAMÍLIA, DA SUA BELEZA NO PROJETO DE DEUS.
Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei a nossa súplica.
Amém.’

A espiritualidade familiar é a grande novidade dessa exortação. Pode-se falar -- sem erro teológico -- que existem duas Trindades: a do céu e a da terra. No Céu: Pai, Filho e Espírito Santo. Na terra, temos a Sagrada Família, onde o FILHO habita por amor ao PAI e sempre assistido pelo ESPÍRITO SANTO. Deve ser o nosso modelo. Lembremos da bonita devoção das sete dores e sete alegrias de Maria e de José. Nossa família também pode ser a Trindade da Terra...
E que neste retiro, o Espírito Santo nos inspire os momentos em que devemos falar e os momentos em que devemos calar. O silêncio é consubstancial a nossa vida. Assim, exercemos nossa atividade mais nobre: pensar, refletir, ter lucidez para distinguir o bem do mal e a realidade da fantasia. Em vez de ouvir conversas, vamos ouvir Deus. Retiro é retirar-se delicadamente. Devemos falar apenas o mínimo necessário. Quando falamos, Deus se cala. Quando silenciamos, Deus fala conosco. As palavras podem ferir as pessoas.
Vamos nos interessar com atenção e carinho a ouvir Deus. Que seja para nós uma oportunidade de uma profunda conversão da minha espiritualidade familiar e não apenas de algum defeito ou ponto fraco. Com certeza, ao final do retiro, renovaremos nossa espiritualidade pessoal e familiar.

2ª MEDITAÇÃO: ESCOLHER A MELHOR PARTE 

Logo no início da exortação apostólica Amoris Laetitia, o papa fala de uma esperança que ele deposita no mundo e em cada um de nós.

“Espero que cada um, através da leitura, se sinta chamado a cuidar com amor da vida das famílias, porque elas « não são um problema, são sobretudo uma oportunidade.” (AL, 7)

De fato, a vida em família é uma grande oportunidade. Oportunidade de descobrir o amor, de trazer a Trindade para dentro da nossa casa, de exercitarmos as obras de misericórdia. Olhemos para um exemplo bíblico que é o lar de Betânia, onde moravam Marta, Maria e Lázaro. Conhecemos a cena em que Marta perdeu uma grande oportunidade.

“Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária; Maria escolheu a boa parte, que lhe não será tirada..” (Lc 10, 41-42)

Jesus não perdeu a oportunidade de exortar Marta e Maria não perdeu a oportunidade do tempo de Deus na sua vida para reafirmar seu amor a Jesus. A vida está passando. Nosso tempo de vida vai escapando por nossos dedos. Se nos descuidados, podemos estar vivendo distraidamente, ocupados com tantas coisas mas não com o essencial. Às vezes, entramos na roda viva de fazer, organizar, correr.... andamos inquietos, perdemos a paz interior... perdemos a melhor parte!
Às vezes, estamos tão afogados no tempo que acabamos perdendo tempo. Deixamos de ir ao encontro daquilo que realmente dá sentido à vida: a riqueza interior. O que vem de fora para o qual nos dirigimos com tanto afã, não nos enriquece. Aproveitemos oportunidades como essa -- de um retiro -- para irmos ao encontro do que é essencial.
Isso vale para a família. Há tanta oferta de tanta coisa, que não nos sobra tempo para vivermos a melhor parte. Aristóteles escreveu a seu filho, na obra “Ética a Nicômano” que devemos nos esforçar para viver de acordo com o que há de excelente dentro de nós. Sábio conselho que deveríamos seguir para não nos desgastarmos com coisas que passam. Jesus mesmo disse que o Reino de Deus está dentro de nós (cf. Lc 17, 21b). Marta estava preocupada em alimentar o corpo de Cristo. E não percebeu que era Cristo que queria alimentar a sua alma.
De forma prática, isso implica em nos colocarmos na presença de Deus desde o início do dia, começando com uma oração pessoal logo depois de acordar. É uma boa forma de cuidarmos da morada de Deus que é cada um de nós: “Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” (I Cor 3,16), dizia são Paulo. É possível nos agarrarmos às oportunidades que vão nos aparecendo durante todo o dia para vivermos o essencial que é Deus. Afinal, como vamos amar se não nos encharcarmos na fonte do amor que é Deus?!
Uma segunda oportunidade é cuidarmos para não nos deixarmos afastar de nós mesmos. Não são os outros que se afastam de nós. Nós é que primeiramente nos afastamos de nós mesmos, da nossa essência, o “excelente” que existe dentro de nós. Um grande risco neste sentido vem do ativismo, às vezes, até religioso, que nos leva perdermos a nossa identidade, por só nos preocuparmos com coisas externas a nós. Deus nos conhece pelo avesso e pode nos conduzir para práticas como um bom exame de consciência, escolha de boas leituras... Mas o ativismo pode vir sobre nós como um leão faminto a nos devorar e podemos nem perceber esse perigo porque estamos ocupando demais para tal. Dedicarmos um tempo para cuidarmos de nós mesmos e nos embelezarmos por dentro é fundamental. Os que se deixam levar pelos afazeres e se descuidam de si mesmos, tornam-se pessoas pobres, desinteressantes, tediosas, vazias. E isso enfraquece muito a vida familiar também.
Ressalto também como é importante não perder a oportunidade de aprofundar-se na sua vocação. Ela é o oxigênio da nossa vida. Na área da fisioterapia respiratória é recomendado que periodicamente por dia, se façam duas respirações bem, bem profundas para abrirmos todos os alvéolos. É como o fenômeno do assoreamento de um lago, por exemplo, em que se depositam tantos sedimentos no fundo, que a lâmina d´água se torna tão fina que toda vida começa a morrer... cuidado para que o mesmo não aconteça com a nossa vocação matrimonial. Conservá-la exige convivência, criatividade no amor... Não podemos viver superficialmente a vocação. A vida é curta demais para perdermos tempo com outra coisa que não seja nos aprofundarmos na nossa vocação. E quanto mais nos aprofundarmos na nossa vocação específica, mais nos aprofundaremos na nossa vocação batismal.


1ª PALESTRA: O INTERESSE PELA VERDADE

O Filósofo espanhol Ortega y Gasset (1883-1955) desabafou que, de todos os ensinamentos que a vida havia lhe proporcionado, o mais crítico, o mais inquietante e irritante é que a espécie menos comum na face da terra é a dos homens verazes. Afirmava: “Achei tão poucos tão poucos que perco até o ar... Uma alma necessita respirar almas afins. Uma alma que respira a verdade, necessita respirar a verdade...”. Triste, dizia ter achado apenas políticos.., que não veem o mundo como ele é mas como lhes convém.
Esta citação é de 100 anos atrás, mas é atualíssima. As pessoas se interessam mais pela utilidade das coisas do que pela VERDADE das coisas. Parece mais importante saber como utilizar as coisas que saber o que as coisas são.
Para a sociedade atual, para a vida da Igreja, para a profundidade da vocação é fundamental o interesse pela verdade. O que nos interessa hoje?  O que desperta o interesse dos nossos filhos? Se algo não tiver uma utilidade imediata... não lhes interessa. Acabamos nos preocupando com o que não é o principal.
O último recado de Jesus antes de partir para o céu foi:  “Ide e ensinai todas as nações...” (Mt 28 19) e mais: “... convém que eu vá, para que venha a vós o Espírito da Verdade...”. Não basta oferecer atividades para os membros da minha família. Não basta a igreja organizar shows. É preciso ensinar a Verdade, mas antes despertar o amor e o interesse pela verdade. Não apenas a verdade útil e cientifica, mas a verdade substancial.  O que é a família? O que são as virtudes? O que é o amor? O que é a vida? O que é um valor?
A pior mentira é a ‘meia verdade’.... por isso, vem proliferando em nossa cultura o ‘politicamente correto’ que, na maioria das vezes, não corresponde à verdade. A grande crise que vivemos é a falta de interesse pela verdade. E onde se desperta o interesse pela verdade sobre o homem é na família.
Por isso, devemos manter acesa em nós e em todos que nos cercam a chama do interesse pela verdade, e criarmos um círculo de amigos pela verdade, nos cercarmos de um grupo de pessoas que querem saber a realidade das coisas e não simplesmente o que as coisas parecem ou como alguns querem que elas sejam.
Por exemplo: O que é a família? Esse não é o debate hoje em dia. Não o que a família de fato é, mas, sim, o que querem que a família seja segundo uma nova visão de mundo e de organização da sociedade... não estão interessados na essência.
A utilidade, porém, é muito mais produtiva quando se sabe a identidade. Mas o mundo não percebe isso. A verdade é fundamental para se ter uma vida útil. Quanto mais eu sei a realidade de fato, mais eu posso tirar bom proveito dela, sem destruí-la. Dizem que os mais ativos na Igreja são os mais contemplativos. Um exemplo disso é Santa Teresa de Jesus. Que praticamente trancada dentro de um convento, mudou a Igreja e o mundo. Uma contemplativa era tão ativa, que chegou a ser até conselheira do rei Felipe II. Só quem sabe se interessar pela verdade, tirará proveito da realidade.
O que é interesse? É uma atitude da alma, especialmente e concretamente, é um fenômeno da inteligência. Um fenômeno é algo que está presente de forma bem explícita. Temos um estado de ânimo naturalmente interessado pela verdade. A inteligência humana se interessa em primeiro lugar, não o que é útil ou conveniente, mas pelo que é verdadeiro.
Esse fenômeno está presente em toda pessoa. O homem é um ser (não simplesmente um animal) racional. Chamar alguém de ‘burro’ é a pior das ofensas... e vemos hoje um emburrecimento coletivo, não só das crianças e dos jovens, mas de toda população brasileira. Um povo emburrecido pode ser utilizado e manipulado como se quer. Isso não vem de hoje, destes tempos de turbulência política, mas já é de um bom tempo.
Quando eu era criança, víamos peças consagradas de teatro brasileiro e mundial na TV. Hoje temos “Malhação”... e quanta gente descansa deitada diante da televisão. Vemos um obscurecimento do interesse pela verdade. 
Inteligência e vontade livre são as maiores características distintivas do ser humano. Uma pessoa que vive isso em plenitude é chamada de ‘interessante’, justamente porque tem interesse pela verdade e contagia os outros para que também o desenvolvam. O desejo propriamente humano é o de conhecer a verdade. A Bíblia fala que é preciso sermos pessoas de desejos fortes.
O que é interesse? Repito. O que é o nosso impulso pela verdade? A primeira origem da palavra interesse é do latim “inter – esse”, ou seja, estar entre dois pontos. Entre a realidade e a virtualidade. Me inclinou para o que é ou o que perece ser? Outra origem provável é “inter – est”, isto é, entrar no ser. Não basta só estar entre dois polos, é procurar chegar ao âmago do que cada realidade é.
O que se entende por verdade?  Muitos discutem isso de forma polemizada. A verdade é relativa, o que é verdade depende da pessoa, da cultura, da época, a verdade é uma imposição da Igreja, a ciência é que nos diz o que é a verdade, existem várias verdades,... há verdades tão falseadas e maquiadas e que são absorvidas pelas pessoas como verdades absolutas.
O que é a verdade? É algo naturalmente desejável porque somos seres inteligentes. É uma realidade que buscamos e queremos. É um dos três transcendentais que buscamos descobrir e viver: a verdade, a beleza e o bem. E não são só elementos desejáveis, mas também palatáveis e agradáveis, ou seja, dão prazer ao ser humano. A verdade não é algo criado artificialmente, mas é algo que o ser humano busca naturalmente e é a realidade adequada à nossa natureza humana racional. É perfeitamente ajustável à nossa natureza, seja a verdade das coisas, seja a verdade lógica. Não é a realidade que tem que se conformar à minha inteligência e não o contrário. As coisas são como são e não como eu quero que sejam. Cabe a minha inteligência conhecê-las e não distorcê-las a partir das minhas ideias. E hoje o que mais vemos é essa arrogante filosofia imanentista.
A verdade ética também é algo que deveria instigar a todo ser humano. Nem todos se interessam pela metafísica, por exemplo, mas pelas verdades lógicas e éticas e morais precisam despertar o interesse de qualquer pessoa. Alcançar a concordância entre o juízo da minha inteligência e o que tenho diante dos meus olhos. Quero alcançar o ajuste entre a realidade como ela é e a minha inteligência.
Cada um de nós está não só diante de realidades, mas também eu sou uma realidade. Devo ter interesse de me conhecer. Eu sou uma realidade entre realidades. Quando eu me interesso por conhecer a verdade sobre mim, torna-se muito mais forte o meu interesse por outras realidades. Se não me importo comigo mesmo, terei interesse real e pessoal (e não simplesmente útil) pelas pessoas.
Estamos tão acostumados com as coisas artificiais, produzidos industrialmente quanto culturalmente, que nos esquecemos, ou duvidamos, da beleza do que é natural.
Jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, com o título: ‘Prática do Aborto Pós-Nascimento Ganha Defensores no Meio Acadêmico’. Ora, a universidade deveria ser o espaço onde se busca a verdade, mas podem acabar emburrecendo as pessoas. Eis a reportagem completa:

“A ideia de matar recém-nascidos tende a causar repulsa em qualquer sociedade civilizada, mas a crescente aceitação acadêmica do chamado “aborto pós-nascimento” mobiliza entidades pró-vida e defensores dos direitos da infância para o risco de uma relativização radical do direito à vida. Motivados pela tese de que uma pessoa só pode ser considerada como tal quando tem consciência de si, os entusiastas dessa visão consideram o homicídio infantil legítimo e fazem seguidores.
 Embora a base conceitual para esse pensamento venha de autores do século 20, as tentativas mais recentes de legitimar a eliminação de bebês ganharam divulgação internacional em 2012, quando a dupla de filósofos italianos Alberto Giublini e Francesca Minerva, docentes da Universidade de Melbourne, Austrália, publicaram o artigo “After-birth abortion: why should the baby live?” (em português, “Aborto pós-nascimento: por que o bebê deveria viver?”), no Journal of Medical Ethics, um reconhecido periódico científico na área da Bioética. Os pesquisadores partem do princípio de que não há diferenças relevantes entre o feto e o recém-nascido. Portanto, se há aceitação do aborto, não faz sentido criminalizar a eliminação de um bebê, apenas por este ter deixado o útero materno.
 Uma das justificativas seriam as estatísticas de diagnósticos de síndrome de Down. Os pesquisadores lembram que apenas 64% dos casos registrados na Europa são detectados em exames pré-natais, o que resulta no nascimento de centenas de bebês portadores da síndrome. Segundo a lógica da dupla, se o problema fosse detectado com a criança ainda no útero, o aborto comum seria uma opção, mas nos casos em que isso não é possível, os pais deveriam ter o direito de matar a criança logo após o parto.
 Giublini e Minerva, no entanto, deixam claro que não apoiam o infanticídio apenas do que chamam de pessoas “sem potencial de vida saudável”. Para eles, o direito de decidir sobre a vida de uma criança que ainda não tem cons-ciência de si caberia exclusivamente aos pais e aos médicos.
 Um levantamento feito em outubro em universidades americanas dos estados de Minnesota, Flórida e Ohio, mostrou haver em todas as cidades estudantes que concordam com o aborto pós-nascimento.
 “Eles justificam sua posição dizendo que alguém só é plenamente humano quando se torna consciente sobre si mesmo, o que só ocorre por volta dos 4 anos”, relata a uma publicação local Kristina Garza, dirigente de uma das ONGs responsáveis pelo levantamento.

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 Embora preocupante, o resultado não aponta necessariamente uma tendência de apoio popular à ideia. Uma pesquisa feita em 40 países em abril deste ano, pelo Pew Research Center, mostrou forte rejeição ao aborto, em qualquer etapa.

Debate
 Estudo foi motivo de repúdio
As reações ao estudo de Giublini e Minerva foram intensas. Artigos criticando e rebatendo o texto foram publicados em jornais da Europa e dos Estados Unidos, e houve centenas de manifestações na internet, o que levou os autores a publicarem um pedido de desculpas. Eles lamentaram que o debate tenha saído dos círculos acadêmicos e afirmaram que não estavam propondo políticas públicas, mas fazendo apenas “um exercício de pura lógica”.
 Cerca de um ano depois, em maio de 2013, o mesmo periódico publicou uma coletânea com 31 comentários de eticistas de todo o mundo sobre o infanticídio. Alguns deles voltaram a defender a prática como um ato aceitável. O próprio editor da revista, Julian Savulescu, assume seu lado no debate e abre a edição vinculando o assunto a outro tema controverso da bioética. Para ele, a discussão sobre a moralidade do infanticídio “é importante e digna de atenção acadêmica, porque toca em uma área de preocupação que algumas sociedades tiveram a coragem de enfrentar honesta e abertamente: a eutanásia”.

Internautas se revoltam contra campanha de revista pela legalização do aborto
A campanha que a revista TPM lançou em novembro, em defesa da legalização do aborto, têm resultado em diversas reações de repulsa nas redes sociais. Para se antepor a hashtag #precisamos falar sobre aborto, lançada pela publicação, usuários do Twitter e do Facebook lançaram a hashtag #precisamos falar sobre assassinato de bebês e passaram a postar fotos de si mesmos com cartazes exibindo a frase. A página de resposta à TPM, criada no dia 19 de novembro Facebook, e que tem como nome a mesma hashtag, alcançou em uma semana cerca de cinco mil seguidores.
 “Uma coisa é discutir o aborto com base em estatísticas verdadeiras, agora o que a revista está fazendo é mera propaganda do aborto como se ele fosse um tipo de ‘solução’ para a gravidez”, diz Guilherme Ferreira, diretor local da CitizenGo, uma plataforma de petições online. Ele lembra que o aborto é crime no Brasil, em qualquer circunstância, sendo apenas não punido em casos específicos. “O que a revista está fazendo é apologia, não se trata de debate democrático”, diz.
 Para defender a causa, a publicação alega que o aborto é “a questão feminina mais urgente e menos discutida no país”, embora o assunto seja tema de frequentes audiências públicas no Congresso Nacional, foi discutido por juristas e parlamentares na formulação do projeto do novo Código Penal, em 2013, e surgiu como tema em debates transmitidos pela tevê entre candidatos à presidência, nas eleições de outubro.”

Ora, um exercício de pura lógica é que minha inteligência veja as coisas como elas são. Nos choca, mas está no meio acadêmico. Nossos jovens estão expostos a isso todos os dias. As pessoas estão se emburrecendo e enburrecendo os outros. Como algumas vidas não são uteis é valido descartá-las.
Como urge sermos educadores da verdade em um mundo em que o artificial atrai muito mais que o real. A inteligência humana é manipulada para abafar nela o interesse natural pela verdade. Some-se a isso o trabalho dos meios de comunicação para disseminar a mentira e o erro. Mais do que nunca, cabe a cada um de nós acender e manter aceso o desejo pela verdade.

domingo, 22 de maio de 2016

SIMPOSIO NACIONAL E PEREGRINAÇAO 2016




 
 
No sábado, dia 21 de maio, aconteceu em Aparecida do Norte, o 6º Simpósio Nacional das Famílias. Vamos acompanhar as principais conferências e testemunhos deste dia de formação e partilha.

 

A VIDA NASCENTE PEDE MISERICÓRDIA, com Padre Hélio Luciano

Vamos começar nosso encontro falando sobre a defesa da vida. Primeiro, uma provocação. Na vida eterna com Cristo, teremos corpo material ou seremos apenas espírito? No Credo, rezamos: Creio na ressurreição da carne... então... teremos corpo, sim. Muita gente não tem consciência disso. É necessário termos boa formação. Qual a nossa missão como Pastoral Familiar na defesa da vida? Existem pessoas morrendo e pessoas morrendo por falta de atenção nossa. Existem mulheres sofrendo o drama do aborto por falta de atenção nossa também. As mulheres que abortam sabem que esse é um gesto horrível, mas no meio do seu desespero, ela pode não encontrar ninguém que a mostre uma outra solução.

Estamos no ano da Misericórdia. Apenas sentimos pena ou nos mobilizamos, doamos a vida para tirar o irmão das suas misérias¿ a miséria do outro deve estar no meu coração e eu devo me sentir responsável por ele. Num nível bem mais elevado, recordamos Deus que é a mais pura misericórdia. Por mérito próprio, não merecemos nada. Não mereceríamos nem ter sido criados. Mas Deus quer dividir tudo o que é e que possui conosco, por amor. Não conseguiremos ser perfeitos como Ele, mas somos convocados a darmos o nosso melhor.

Não adianta acusar. Esta é a atitude de Deus e não de Cristo. E a atitude do cristão deve ser a de entrar no problema da pessoa, sofrer com ela e resgata-la.

Sabemos que existem pessoas e organizações nacionais e internacionais empenhadíssimas em legalizar o aborto no Brasil. Superdimensionam os problemas para tentar convencer autoridades e a sociedade. Mas do outro lado, os defensores da vida caem no mesmo erro, muitas e muitas vezes. Um exemplo disso é, por exemplo, usar fotos de bebes abortados para chocar os outros. Ora, são fotos de seres humanos mortos. Não temos o direito de manipula-los.

Uma vertente deve ser a defesa macro da vida, acompanhando as leis que cuidam da vida e da família. Uma estratégia muito comum é dizer que o aborto é um problema de saúde publica, alegando que 200 mil mulheres morrem por ano em decorrência de abortos clandestinos. Esses dados são absurdamente falsos. O DATA SUS por exemplo divulgou no ano de 2010 que 66 mil mulheres em idade fértil morreram das mais diversas causas.

Vejam as manipulações sentimentais como no caso da mulher que sofre por saber que esta gravida de um filho deficiente. Ora, deve, então, sofrer duplamente por ainda carregar a culpa de ger matado seu próprio filho¿ a anencefalia, por exemplo, é uma deficiência que pode ser evitada com ingestão de ácido fólico no período pre Natal.

Não nos preocupa a opinião pública. O que nos interessa são as pessoas reais. O bebe não nascido, a mulher que sofre... o que temos feito Lara ajudar de forma concreta as pessoas concretas¿

Em poucas ocasiões na sua vida pública Jesus estava com as multidões. Ele queria o contato um a um, pessoa a pessoa. Exemplos clássicos são o encontro de Jesus com a Samaritana ou a adúltera que estava para ser apedrejado, ou com Zaqueu... O nível macro é importante, mas não podemos esquecer das pessoas reais e concretas. Conversar com elas, nos interessarmos por sua vida e seu sofrimento. Ainda que tivéssemos leis perfeitas para o aborto, isso não evitaria que pessoas abortassem e nem que sofressem profundamente com isso, as vezes para a vida toda.

Não sejamos ingénuos no nível macro, mas também não sejamos insensíveis no nível de cada pessoa humana. Não há machismo maior que o aborto, porque só quem se livra nessa situação é o homem. A criança para com a própria vida e a mulher sofrerá com a dor de ter mantado o próprio filho.

A defesa da vida envolve tempo, energias, dinheiro. Ou ficamos apenas no nível superficial da compaixão ou entramos profundo na verdadeira misericórdia.

Já há filósofos e sociólogos estudando o fenômeno bipolaridade ideológica especialmente nas redes sociais em que pessoas só se agridem. Essa não é uma boa estratégia. Devemos sair daqui hoje com um projeto concreto de ajuda às mulheres que pensam em abortar ou abortaram.

 

 

O AMOR NA FAMÍLIA, com Dom João Bosco

 

A culminância do caminho sinodal e dos muitos caminhos que envolvem a família no mundo estão resumidos na exortação Amoris Laetitia. Há pouco mais de um mês a conhecemos, portanto, sempre há algo novo a descobrir, lendo e relendo o documento. É pouco tempo não só para conhecer mas para colocar em pratica toda essa riqueza. Como o próprio papa pede para evitar interpretações superficiais ou errôneas. Se isso acontece, uns aplaudem e outros criticam e acabamos vivendo esse ódio de lados opostos que o padre Luciano mencionou, por quem pensa diferente de mim.

O documento é grande pela extensão e grandioso por sua proposta realmente inovadora, que é a cara do papa Francisco. Sem fazer mudança na doutrina da Igreja e nem mesmo em praticas pastorais, tem feito muitas mudanças, especialmente no modo do mundo ver a Igreja. O texto vem carregado da sua alegria, falando de modo positivo, esperançoso e misericordioso do amor de Deus derramado nas famílias.

Na Evangelii Gaudium, o papa já alertava que não fosse um documento para ir para gaveta, mas um programa de vida e de pastoral. A Amoris Laetitia vem neste mesmo sentido. Para compreender seu conteúdo melhor o papa enviou previamente um bilhete aos bispos, pedindo que, para aproveita-lo melhor relessem antes a Gaudium et spes do Concílio Vaticano II, a Humanae Vitae, a Familiaris Consortio. Sem que nenhuma dessas fontes seja ultrapassada ou substituída, a Amoris Laetitia vem para enriquecer e atualizar a ação misericordiosa da Igreja sobre a família atual. Cuidado com a mídia que distorce tantos fatos. Com seu jeito, papa Francisco consegue sabotar a imagem caricaturada que a mídia que fazer da Igreja.

Não é um documento de chegada, mas de partida, da Igreja em saída. Responde abrindo horizontes e não fechando, sem normativas, mas pedindo delicadeza e discernimento e sobretudo uma visão positiva da família, redescobrindo a alegria do amor.

Mas não podemos ver isto de forma simplória. Se consideramos que Deus é amor e que tudo na nossa vida depende do amor, é necessário conhecer muito do amor verdadeiro.

Vou mencionar apenas dez pontos. É pouco mas deve nos instigar a irmos a fonte. O papa parte de Palavra de Deus, do salmo 127 numa linda exegese, indo depois para o Gênesis com sua beleza e seus dramas. Fala também de I Cor 13, esmiuçando cada característica do amor.

1- Caridade conjugal

2-  O amor é um caminhar que deve olhar sempre para o futuro. Não nasce perfeito, mas pode ir crescendo com um apoiando o outro.

 3- Amizade na família – depois de Deus nossa família é o nosso maior amor, incluindo respeito, sexualidade, paixão, intimidade, ternura, estabilidade, reciprocidade... amor que precisa ser cultivado a cada dia.

4- Amor conjugal que é de exclusividade indissolúvel – quem ama de fato encara o desafio do amor ser eterno

5- A alegria é a marca do amor – não pode ser obsessiva e nem ligada a determinadas coisas, mas a vida familiar como um todo. Combina satisfação e fadiga, tensão e repouso, aborrecimentos e prazeres. Cultivar a verdadeira beleza, dos olhos que veem com amor, que vê a grandeza de um ser humano que está diante de mim e me leva a buscar o seu bem, mais até do que o meu próprio. Daí vem as verdadeiras alegrias.

6- O casamento não só um papel assinado, nem uma cerimônia. Mas mostra a seriedade da identificação com o outro, mostra publicamente a maturidade, que está disposto a crescer. O matrimônio tem um papel social da missão do amor na sociedade. É tão importante que vale a pena assumir o risco e, por isso, mesmo deve ser bem ponderado, mas sem ser adiado indefinidamente.

7- O capítulo sobre o diálogo é muito lindo no documento. Daria por si só um livro. Como é preciso saber usar bem essa ferramenta fundamental. Precisa ser sempre exercitado, especialmente neste mundo tão turbulento em que vivemos.

8- A sexualidade e as emoções precisam ser bem aprendidas e vividas. O papa recorda que e a Igreja sempre foi criticada por sufocar as paixões, por proibir e condenar. Deus ama a alegria dos seus filhos. Nesta parte, recorda seu antecessor, Bento XVI, na Deus Caritas Est. O que prejudica não é o prazer, mas quando o prazer se torna um Deus e faz com que eu veja as pessoas como objetos. Se forem orientadas sempre para um projeto de autodoação, virá a felicidade plena.

9- A vida está cada vez mais longa graças ao avanço das tecnologias e da qualidade de vida. É preciso esforço redobrado para manter o amor por muitos e muitos anos. É um ícone da fidelidade de Deus que dura toda a eternidade. Mesmo que o corpo e a mente feneçam o amor pode ser cultivado.

10- Espiritualidade familiar que tem sua fonte no mistério da Trindade. Na unicidade e diversidade da família é que se encontra a imagem mais perfeita de Deus.

 

Viver a cada dia este amor concreto e real é a missão de cada família.

 

O AMOR NA FAMÍLIA: CAP. IV e VIII, com Dom Wilson

 

O Papa não trouxe nenhuma mudança radical com a exortação pos sinodal. Mas, ao mesmo tempo ele procurou não deixar nada de fora deste documento. Além disso, os temas abordados dizem respeito à realidade das famílias. Pastoralmente, sua preocupação se manteve na forma de agir e ajudar às famílias, abordando questões do dia a dia e de espiritualidade.

Para lermos o documento, o Papa aponta alguns princípios:

1)      A inclusão. Ninguém deve ficar de fora. TODOS devem estar inseridos.

2)      A Misericordia, que também devemos aprender a vivenciar.

3)      A Gradualidade. Não se trata de enfraquecer a norma, mas de ir adquirindo-a aos poucos.

4)      A alegria que já foi mencionada na reflexão  anterior

5)      O cuidado com o outro, o que, na vida familiar, é fundamental

6)      Discernimento. As palavras chaves da Amoris Laetitia são discernir, acompanhar e integrar. Em muitas situações é preciso discernir caso a caso.

7)      Norma e situação concreta. É preciso haver uma interpretação e nem sempre a norma pode ser o primeiro princípio, mas sim a caridade

8)      Evitar a rigidez, mas também não cair no relativismo. É preciso buscar o equilíbrio.

9)      Colegialidade. O papa quis a opinião da Igreja toda e sempre quer convocar os bispos para conversarem juntos. Esse princípio é bem claro.

10)   Conversão pessoal e pastoral

11)   Via Caritatis, ou seja, o caminho da caridade.

12)   Ética sexual diante de tudo o que se induz no mundo de hoje

13)   Valorização do subjetivo, respeitar a forma como a pessoa entende a norma, ainda que precise ser corrigida e orientada. O caminho novo pode começar a partir daí.

14)   A misericórdia excede a justiça.

 

O documento dá forma externa ao foro interno. Este último pode ser o ponto de partida de um processo de conversão. Vale aprofundar a questão da caridade anteceder a norma, olhar a lei natural também como critério.

É preciso pensar no tempo, no processo, na situação em que cada pessoa se encontra. E quando falamos de espaço, nos referimos a domínios de situações.

O documento trás varias situações de São Tomás de Aquino, que define muito bem os sentimentos e analisa o ser humano profundamente.

O documento explica que nem todos os que estão numa segunda união estão necessariamente em pecado, pois é preciso avaliar a vida matrimonial de cada casal.

Nos n. 250 e 251 o documento é bem claro ao afirmar que as pessoas com tendências homossexuais devem ser respeitadas e acolhidas, e que não há como se comparar à união do homem e da mulher.

Reafirma a doutrina sobre o mal intrínseco da contracepção, e fala da ajuda aos casos dos matrimônios mistos e das famílias monoparentais.

No capítulo VIII vemos as sugestões pastorais para as pessoas feridas pelo divórcio e que estão em uma segunda união.

Não julgar nem aplicar diretamente a norma, acolher, acompanhar, incluir. Buscar na vida das próprias pessoas os elementos que favorecem seu crescimento espiritual. Receber o que há de bom em uma vida aparentemente toda irregular. Perceber situações culturais que podem influenciar os casais também.

O papa fala que a igreja tem duas lógicas. Uma é a de marginalizar o pecador e fazer julgamentos negativos, separando certas pessoas. Ou podemos ter a lógica da inclusão, chegando até a pessoa ferida e trazendo-a para perto, para cuidar dela. Esse é o caminho que devemos sempre trilhar. O caminho da misericórdia.

A nossa ajuda é exatamente a de auxiliar a própria pessoa ferida a reencontrar seu caminho na igreja. Que ninguém seja condenado para sempre. Aqui entre o discernimento. Que não se trata absolutamente de abrir exceções ao bel prazer. Há critérios importante, sem dúvida, como o de não causar escândalo a comunidade, por exemplo. A lógica da integração é a chave do discernimento pastoral e de se conhecer situações atenuantes.

Deve-se, ainda, estimular todos os casais a que sejam bons exemplos para os jovens, mesmo entre os casais em uma segunda união.

Sabemos de todas as dificuldades mas não devemos propor nada menos do que um ideal pleno. Não existem famílias perfeitas, mas existe um modelo perfeito de família. Não podemos ser simplesmente uma pastoral de administração de fracassos, mas de promoção de famílias cristãs fortes para que essas situações de sofrimento possam ir diminuindo cada vez mais. Esse tipo de testemunho é fundamental para os jovens.

Não imponhamos condições á misericórdia, que não exclui nem a justiça, nem a verdade. Devemos sempre ter a esperança de que a pessoa pode mudar, pode melhorar. Trilhemos este caminho na nossa forma de fazer Pastoral Familiar.
 
Na parte da tarde, a programação teve, ainda, diversos testemunhos de iniciativas frutíferas em favor da defesa da vida humana. E o encerramento no sábado foi com o Santo terço, missa e procissão.
No domingo, dia 22, todas as missas do Santuário foram em intenção à união e santificação das famílias.

domingo, 15 de maio de 2016

FORMAÇÃO SOBRE A AMORIS LAETITIA

Registros da formação do sábado, 14 de maio, promovida pela Pastoral Familiar, na sede da Arquidiocese, o Edifício João Paulo II, na Glória. O tema não poderia ser outro: a Exortação Apostólica Amoris Laetitia. Na primeira parte, Dom Antonio Augusto deu um panorama geral sobre o documento e, após o intervalo, focou no capítulo 08, que trata dos casos que precisam de acompanhamento personalizado. Além da Arquidiocese do Rio de Janeiro, o evento recebeu também a Comissão de Pastoral Familiar do Leste I.




domingo, 8 de maio de 2016

FELIZ DIA DAS MÃES

A Pastoral Familiar da Arquidiocese do Rio de Janeiro deseja um feliz e abençoado DIA DAS MÃES àquelas que são um raio da luz de Deus em nossas vidas! A vocês, a nossa oração e a nossa sincera homenagem. Seja Maria, Mãe de Deus e nossa, seu modelo e seu guia na caminhada!


segunda-feira, 4 de abril de 2016

"Amoris laetitia": Exortação do Papa será publicada em 8 de abril


Cidade do Vaticano (RV) - “Amoris laetitia” (Sobre o amor na família) é o título da Exortação Apostólica Pós-Sinodal sobre a família do Papa Francisco.
O texto será publicado na sexta-feira, 8 de abril, e estará disponível em seis línguas, entre as quais o português. A Exortação será apresentada aos jornalistas na Sala de Imprensa da Santa Sé pelo Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos, Card. Lorenzo Baldisseri, e pelo Arcebispo de Viena (Áustria), Card. Christoph Schönborn.
Também participa da coletiva um casal italiano de professores, docentes de Filosofia: Prof. Francesco Miano, que leciona na Universidade de Roma Tor Vergata e a Professora Giuseppina De Simone, da Faculdade Teológica de Nápoles.
A coletiva poderá ser acompanhada ao vivo no Vatican Player da Rádio Vaticano, onde permanecerá disponível também on demand.
A Exortação Apostólica “Amoris laetitia” será publicada quase seis meses após a conclusão do Sínodo Ordinário sobre a Família convocado pelo Papa Francisco em outubro passado. Um ano antes, em 2014, o Pontífice convocou um Sínodo Extraordinário sobre o mesmo tema.
Depois de dois anos de intenso trabalho dos bispos que participaram dos dois Sínodos, o texto do Papa Francisco é aguardado pelas dioceses do mundo inteiro por oferecer diretrizes e linhas de ação sobre temas práticos que dizem respeito à família.

(Fonte: Rádio vaticana Brasil)

domingo, 17 de janeiro de 2016

BODAS DE CANÁ

Mais uma vez o Domingo chega até nós para desposar-nos com o Senhor de todos os tempos. Nesse domingo, o 2o do Tempo Comum,  como toda Eucaristia dominical, o Cristo nos desposa com a força da sua Palavra manifestando para toda a sua igreja, isto é, para todos nós, o seu amor esponsal, amor que deve ser expressado entre os esposos. Em outras palavras: amor como doação de vida. É esse amor esponsal que encontramos na primeira leitura do profeta Isaías. Depois de ter sido explorada por diversos povos estrangeiros a quem Israel se "prostituiu" com a sua idolatria, foi devastada e abandonada por causa das suas próprias iniquidades. Abandonando o seu Senhor, Israel foi "abandonada" por "seus senhores". Fora de Deus não há alegria. 
No entanto, YWHW, fiel à sua aliança, não abandona o seu povo "porque eterno é o seu amor e somente Ele é quem fez e faz grandes maravilhas" (cf. Sl 135,4). O Senhor no oráculo isaiano da liturgia de hoje expressa seu amor nupcial por Israel, vinha eleita e desejada por Ele desde toda eternidade. Deus mesmo vestirá seu povo qual noiva com "vestes de justiça e de salvação" (Is 61,10). Do mesmo modo como a noiva é alegria do seu noivo, Israel será alegria do seu Deus, (Is 62,5) seu verdadeiro noivo capaz de desposá-la incutindo no coração de todos os israelitas aquela alegria que é fruto do Espírito Santo (Gl 5). Afinal, fora de Deus não há alegria, há apenas ilusões. É dentro desse contexto que se insere o nosso texto evangélico de João. Iludidos com as miragens produzidas por nós mesmos, não conseguimos dar conta de situações que são de nossas responsabilidades tentados a fazer tudo independentes de Deus como Adão e Eva. 
Na perícope evangélica de hoje, o santo apóstolo nos apresenta Jesus, sua mãe e seus discípulos recém "introduzidos" na vida do Messias (Jo 1,37ss) participando de um grande festim, ou seja, um casamento, cenário onde a alegria deve ser o "oxigênio" de todos os que ali estão. Cientes também que um casamento no judaísmo ortodoxo tem a duração de uma semana e a organização deste evento é de suma responsabilidade do noivo que não poderá deixar faltar o elemento importante desse cenário evangélico: o vinho, que é muito consumido pelos convivas. Tão caro para a teologia bíblica, o vinho, "que alegra o coração do homem" (Sl 104,115) e elemento curativo para as feridas do pobre assaltado e resgatado pelo samaritano (Lc 10,34), foi exatamente o que faltou naquele casamento. Assim, a alegria cede espaço à tristeza e à preocupação. O noivo certamente deve ter ficado muito embaraçado com essa situação que lhe causaria grande constrangimento diante da comunidade judaica. Todavia, o que importa é que o Emanuel está presente. Deus está ali. E a presença da Virgem, chamada e recordada pelo seu Filho como "mulher", como verdadeira "mãe de todos os viventes" e para nós prefiguração da Igreja, intercede pelos pobres noivos, cujos corações se angustiavam. Alguns presentes assistem os primeiros sinais messiânicos acontecerem, os primeiros sinais da sua glória. Gloria que sera melhor revelada na cruz com o derramamento do melhor vinho. É importante estar diante dos nossos olhos que inicialmente o evangelista deixa claro que "no terceiro dia" após o encontro com Felipe e Natanael encerra-se em Caná a primeira semana de atividade messiânica. É em Caná, a prefiguração do locus eucarístico, que Cristo se revela como o nosso verdadeiro "nupsion" (transliterado = "noivo"); não apenas de Israel, mas do novo povo que é a Igreja. Mistericamente, Cristo nos toma e nos desposa em sua cruz como o verdadeiro lugar nupcial. Ali nos adorna com suas jóias e com vestes de justiça e salvação (Is 61,10s). Neste leito nupcial que é a cruz, Cristo nos oferece o melhor vinho que é o seu sangue. Com esse vinho melhor Ele cura as feridas da nossa alma e concede alegria ao nosso coração que triste estava. Hoje nossas igrejas se tornam como aquele lugar. 
Caná, hoje é cada paróquia onde Deus realiza seus sinais de glória através dos sacramentos, sobretudo da Eucaristia. Caná devem ser os nossos corações onde Deus transforma o luto em alegria. Em Caná, Jesus não se apresenta como um convidado qualquer, mas como o verdadeiro noivo de nossas vidas fazendo transbordar em nós dons e carismas através do seu Espírito na luta contra todo o individualismo e indiferença (2a leitura). Olhemos para a Virgem que se incomdou com a tristeza que tomaria conta de todo aquele lugar. Tudo isso porque fora de Deus não há alegria. Deixemos que a nossa vida seja como o cenário evangélico deste domingo, um lugar que tendo a presença de Cristo tudo que é velho se faz novo, se faz "eucaristia", onde tudo é ação de graças.
Peça sempre a Jesus esse vinho novo para sua vida, seu matrimônio e sua família!

domingo, 27 de dezembro de 2015

Solenidade da Sagrada Família



A Pastoral Familiar do Rio de Janeiro deseja a todos votos de um Santo Natal e um ano de 2016 abençoado! Que a Sagrada Família de Nazaré, cujo dia celebramos, seja sempre nosso modelo e guia na busca da união e santificação das nossas famílias!