sexta-feira, 12 de junho de 2015

Retiro da Pastoral Familiar 2015

Acompanhe aqui o conteúdo do Retiro da Pastoral Familiar Arquidiocesana, que está acontecendo no Centro de Estudos Sumaré, neste final de semana de 12, 13 e 14 de junho. Confira, aqui, as meditações e palestras do pregador do retiro, nosso bispo animador, Dom Antonio Augusto Dias Duarte.

SEXTA-FEIRA (12/06)
1ª Meditação

A TEMÁTICA DO RETIRO

Nosso mundo moderno melhoraram as condições materiais, mas não as relacionais. Antigamente a família era ao núcleo do bem-estar e a dureza estava fora dela. Agora a família não é o local do bem-estar mas do aborrecimento. a vida alegre agora está fora de casa. Os nosso filhos se desenvolvem intelectual e fisicamente melhor, mas afetivamente pior do que antigamente.” (Enrique Rojas, 2007)
                   
A família é o último reduto do calor num mundo gelado.” (Susan Soback, 2002)

Essas palavras são muito bem colocadas: bem-estar X aborrecimento, calor X gelo. As pessoas não estão afetivamente maduras. O que esse médico e essa escritora estão querendo nos dizer? Que precisamos conversar com Deus sobre a alegria na nossa família e se nós somos capazes de fazer com que o mundo seja mais caloroso e alegre. Esse será o tema do nosso retiro. Será que nossa família consegue ser alegre e fazer o mundo mais alegre? Viajamos, fazemos festas, ostentamos nossas compras, mas e o dia-a-dia?
A alegria é a essência da vida familiar. As pessoas precisam ter vontade e voltar para casa e estarem em família. Para sabermos se uma pessoa é afetivamente madura não precisamos ir a um psiquiatra, nem a uma escola. Basta ver se as pessoas estão irradiando a verdadeira alegria. Deus nos convida a redescobrirmos a beleza de sermos famílias alegres e se conseguimos contagiar o mundo com essa alegria.
Alegria é um estado de contentamento. Não posso ser família e nem ajudar outras famílias se meu lar não for uma “usina de alegria”. Lá precisam achar alegria, contentamento, otimismo, esperança, bom humor... Deus colocou homem e mulher no paraíso para que desde o princípio fossem alegres. Não nos enganemos: não são suficientes as alegrias exteriores. Podemos tê-las, podemos busca-las, mas não adianta voltar pra casa e o mundo ser gelado. Minha casa não pode ser um ambiente onde todos estão de cara fechada, isolados, mau-humorados. Famílias alegres não são identificadas como famílias sem problemas, ou sem sofrimentos e contradições. A família pode ter todas as dificuldades e, ainda assim, ser uma fonte de alegria. Vejam a história da Família de Nazaré?!

Famílias alegres são identificadas por três sinais inequívocos:

1- CONSTRUIR - É alegre a família que sabe construir os seus relacionamentos.

2- CRESCER - É alegre a família que se quer crescer se comunicando e brincando, que curtem o prazer de estar juntos.

3- HARMONIZAR - É alegre a família que aprende e que ensina a harmonia no meio das diferenças

APROVEITAR O RETIRO

Refletiremos sobre esses três pontos no nosso retiro. Gostaria de tocar, porém, na essência de um retiro. Devemos dar um passo a mais para nos aproximarmos de Deus. Cada retiro precisa ser uma conversão, deixando para trás as forças contrárias que querem nos afastar de Deus. São dias de intimidade que nos devem ajudar a deslancharmos na fé. A santíssima Trindade é a família por excelência, onde há a plenitude da paternidade, da filiação e do amor. Entremos em maior intimidade com essa família divina. Intimidade não significa simplesmente pensar em Deus. E tampouco se reduz em rezar para Deus. Um retiro é sobretudo contemplar a Deus. É parar diante de Deus, das sua palavras... Como a história daquele camponês que passava horas na Igreja, todos os dias. Ao ser perguntado o que falava tanto com Deus, ele responde: “Nada! Eu olho pra ele e ele olha pra mim!”
Comento agora alguns trecho que escreveu o Papa emérito Bento XVI, no livro “Jesus de Nazaré” cap 5, que o papa o intitulou a oração do Senhor. Como Jesus orava? Passava noites contemplando o Pai! Jesus nos ensina a contemplar a Deus no Sermão da Montanha, que nos mostra como Deus nos quer humanos. Suas ideias fundamentais ser poderiam resumir com a seguinte afirmação: O ser humano só pode se compreender a partir de Deus. Só contemplando a Deus eu posso entender quem eu sou de verdade.
Assim também a família só pode ser entendida com relação a Deus. Deus não é alguém desconhecido e longínquo. Mostra-nos seu rosto, seus pensamentos e suas vontades em Jesus Cristo. Ser homem significa relacionar-se com Deus. A oração não deve ser uma exibição diante dos homens. Rezam não para contemplar a Deus, mas para serem contemplados pelos homens... A oração verdadeira requer discrição, que é essencial numa relação de amor.
Outra forma errada de rezar nos põe em guarda contra a “verborreia” que afoga o Espírito. Não sobra espaço para ouvir ou contemplar a Deus por estar tão sufocada por palavras.
O mais importante é que a relação com Deus permaneça não na superfície da inteligência no fundo da nossa alma. Para que isso aconteça precisamos referir a ela todos os assuntos da nossa vida. É como um namoro apaixonado (para fazer referência a hoje, dia 12 de junho, que é Dia dos Namorados).
Aprender a se olhar aprendendo a olhar a Deus. Chegar à essência do humano requer contemplar aquele que é o Criador do ser humano. Rezaremos tanto melhor tanto mais esteja enraizado em nossa alma a orientação para Deus.
Quanto mais a oração contemplativa seja o fundamento da nossa vida, mais seremos homens de paz e alegria, seremos mais compreensivos, produzirá em nós a força motriz do amor.

Construir, crescer e harmonizar. Os três pontos principais do nosso retiro. Por isso, não percamos essa oportunidade de recolhimento, silêncio e oração.

Um comentário:

Telma e Iracy disse...

PARABÉNS TATIANA PELO BELO TRABALHO QUE PRODUZIU, DURANTE O RETIRO COPIE BASTANTE, MAS EM ALGUNS MOMENTOS NÃO CONSEGUI PEGAR O QUE DOM ANTÓNIO AUGUSTO HAVIA TIDO, VIM ATÉ O BLOG E CONSEGUI PREENCHER AS LAGUNAS QUE FICARAM VAZIAS.

QUE DEUS A ABENÇOE E TAMBÉM AO RONALDO DE MELO. VOCÊS SÃO DEZ COM LOUVOR. Telma e Iracy Faria