domingo, 13 de outubro de 2013

Retiro Arquidiocesano (13-10-13)

5ª MEDITAÇÃO
AS CONSEQUENCIAS DA FÉ
Comecemos iluminados pela Lumen Fidei, n. 54:
“Assimilada e aprofundada em família, a fé torna-se luz para iluminar todas as relações sociais. Como experiência da paternidade e da misericórdia de Deus, dilata-se depois em caminho fraterno. Na Idade Moderna, procurou-se construir a fraternidade universal entre os homens, baseando-se na sua igualdade; mas, pouco a pouco, fomos compreendendo que esta fraternidade, privada do referimento a um Pai comum como seu fundamento último, não consegue subsistir; por isso, é necessário voltar à verdadeira raiz da fraternidade. Desde o seu início, a história de fé foi uma história de fraternidade, embora não desprovida de conflitos. Deus chama Abraão para sair da sua terra, prometendo fazer dele uma única e grande nação, um grande povo, sobre o qual repousa a Bênção divina (cf. Gn 12, 1-3). À medida que a história da salvação avança, o homem descobre que Deus quer fazer a todos participar como irmãos da única bênção, que encontra a sua plenitude em Jesus, para que todos se tornem um só. O amor inexaurível do Pai é-nos comunicado em Jesus, também através da presença do irmão. A fé ensina-nos a ver que, em cada homem, há uma bênção para mim, que a luz do rosto de Deus me ilumina através do rosto do irmão. (...) No centro da fé bíblica, há o amor de Deus, o seu cuidado concreto por cada pessoa, o seu desejo de salvação que abraça toda a humanidade e a criação inteira e que atinge o clímax na encarnação, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Quando se obscurece esta realidade, falta o critério para individuar o que torna preciosa e única a vida do homem; e este perde o seu lugar no universo, extravia-se na natureza, renunciando à própria responsabilidade moral, ou então pretende ser árbitro absoluto, arrogando-se um poder de manipulação sem limites.”
As pessoas ao nosso lado são uma bênção de Deus para mim. Mas o mundo moderno distorce o verdadeiro sentido de fraternidade porque é altamente individualista, violento e que promove a separação. A fraternidade foi substituída por uma igualdade altamente injusta, disfarçada de justiça. Nossa missão é fazer do mundo uma fraternidade. Mesmo que não consigamos fazer o mundo inteiro ser católico, afinal, somos poucos – somos o sal que dá sabor, o fermento que faz a massa crescer – mas o principal é tornar o mundo mais fraterno: somos uma família de irmãos. O primeiro conflito na história da humanidade foi um conflito entre irmãos: Caim matou Abel.
Hoje também as pessoas fogem da responsabilidade de criarem entre si relações de famílias, e pensam como Caim: “O que eu tenho a ver com a vida do meu irmão?”. Se conseguimos enxergar no outro o rosto do nosso primeiro irmão, Cristo, criamos a consciência de que criar esta família universal é responsabilidade de todos nós. Os vocacionados ao celibato renunciaram a uma família particular para cuidarem junto com os vocacionados ao matrimônio em prol desta grande família.
João Paulo I contou certa vez que um amigo seu professor foi convocado a uma reunião da Secretaria de educação em Roma. Ao final do dia, o Ministro convidou o professor para que passasse a noite lá e ficasse até o dia seguinte e passeasse pela cidade. O professor recusou o convite, alegando que tinha aula logo cedo na manhã seguinte. O Ministro retrucou: “Ora, eu sou o ministro da educação, eu te dispenso.”, ao que o professor completa: “Mas eu não me dispenso.”.
Quando temos consciência de que a reponsabilidade é nossa, nós mesmos não nos esquivamos dela. No discurso às autoridades no teatro Municipal, o Papa disse:
“É importante, antes de tudo, valorizar a originalidade dinâmica que caracteriza a cultura brasileira, com a sua extraordinária capacidade para integrar elementos diversos. O sentir comum de um povo, as bases do seu pensamento e da sua criatividade, os princípios fundamentais da sua vida, os critérios de juízo sobre as prioridades, sobre as normas de ação, assentam numa visão integral da pessoa humana. Esta visão do homem e da vida, tal como a fez própria o povo brasileiro, muito recebeu da seiva do Evangelho através da Igreja Católica: primeiramente a fé em Jesus Cristo, no amor de Deus e a fraternidade com o próximo. Mas a riqueza desta seiva deve ser plenamente valorizada!”
Há tantos discursos politicamente corretos da igualdade, mas que são injustos porque querem tirar elementos da cultura brasileira enraizados no Evangelho. Temos uma responsabilidade social. Continua o papa: “Esta exige um certo tipo de paradigma cultural e, consequentemente, de política. Somos responsáveis pela formação de novas gerações, capacitadas na economia e na política, e firmes nos valores éticos.
O futuro exige de nós uma visão humanista da economia e uma política que realize cada vez mais e melhor a participação das pessoas, evitando elitismos e erradicando a pobreza. Quem detém uma função de guia deve ter objetivos muito concretos, e buscar os meios específicos para consegui-los.” No início de cada semana, deveríamos fazer um plano concreto sobre como agir, com quem vamos estar, que palavras vamos dirigir com as pessoas que amamos. Precisamos nos propor estes objetivos concretos de apostolado. Não podemos ficar dando desculpas do tipo: “Se aparecer alguma oportunidade.... eu aproveito.”. Não!
Ponho um objetivo concreto: Dom Orani reúne os bispos toda semana para uma reunião. Desde depois da Jornada, ela acontece no Sumaré, porque, depois do encontro, podemos jantar juntos. E assim vamos construindo nossa fraternidade também. Toda família deveria fazer um propósito mínimo de fazer uma refeição junta, pelo menos, uma vez por semana.
Cito: “A virtude dinâmica da esperança incentiva a ir sempre mais longe, a empregar todas as energias e capacidades a favor das pessoas para quem se trabalha, aceitando os resultados e criando condições para descobrir novos caminhos, dando-se mesmo sem ver resultados, mas mantendo viva a esperança. Quem atua responsavelmente, submete a própria ação aos direitos dos outros e ao juízo de Deus. Este sentido ético aparece, nos nossos dias, como um desafio histórico sem precedentes. Além da racionalidade científica e técnica, na atual situação, impõe-se o vínculo moral com uma responsabilidade social e profundamente solidária.”
O que eu tenho feito para criar este ambiente ético saudável na minha casa, no trabalho, na comunidade? Às vezes, falta-nos uma fé viva, uma fé que veja o rosto de Cristo no outro, como deixou sua imagem impressa na Verônica.
Na XXVIII mensagem para a JMJ escrita por Bento XVI, no dia 18 de outubro de 2012:
“A conhecida estátua do Cristo Redentor, que se eleva sobre àquela bela cidade brasileira, será o símbolo eloquente deste convite: seus braços abertos são o sinal da acolhida que o Senhor reservará a todos quantos vierem até Ele, e o seu coração retrata o imenso amor que Ele tem por cada um e cada uma de vós. Deixai-vos atrair por Ele! Vivei essa experiência de encontro com Cristo, junto com tantos outros jovens que se reunirão no Rio para o próximo encontro mundial! Deixai-vos amar por Ele e sereis as testemunhas de que o mundo precisa.”
O que o papa escreveu, de fato, aconteceu. Nosso povo acolheu como ninguém. Nesta curta mensagem, o papa nos chama a uma responsabilidade pessoal:
“Ide! Cristo precisa de também de vós. Deixai-vos envolver pelo seu amor, sede instrumentos desse amor imenso, para que alcance a todos, especialmente aos «afastados». Alguns encontram-se geograficamente distantes, enquanto outros estão longe porque a sua cultura não dá espaço para Deus; alguns ainda não acolheram o Evangelho pessoalmente, enquanto outros, apesar de o terem recebido, vivem como se Deus não existisse. A todos abramos a porta do nosso coração; procuremos entrar em diálogo com simplicidade e respeito: este diálogo, se vivido com uma amizade verdadeira, dará seus frutos... Quem não dá Deus, dá muito pouco.”
Criar esta fraternidade para que todos vivam como irmãos, como família, cuidando todos juntos pela grande família. No livro dos Provérbios se lê: “Um irmão ajudado por outro irmão é como uma cidade amuralhada.” (Prv 18, 19) Podemos constantemente, de forma sistemática, darmos testemunho da vida, do namoro, da família. Não esperemos que venha uma iniciativa oficial de uma atividade... não. Cada um de nós pode e deve assumir esta responsabilidade, esta missão.
Hoje o papa Francisco vai consagrar o mundo a Nossa senhora. Com esta consagração, lancemo-nos com audácia.

2ª PALESTRA
O Papa Bento XVI dirigiu-se ao Parlamento na Alemanha, sua terra natal, em 2011, nos seguintes termos:
“O seu critério último e a motivação para o seu trabalho como político não devem ser o sucesso e menos ainda o lucro material. A política deve ser um compromisso em prol da justiça e, assim, criar as condições de fundo para a paz. Naturalmente um político procurará o sucesso, sem o qual não poderia jamais ter a possibilidade de uma ação política efetiva; mas o sucesso há-de estar subordinado ao critério da justiça, à vontade de atuar o direito e à inteligência do direito. É que o sucesso pode tornar-se também um aliciamento, abrindo assim a estrada à falsificação do direito, à destruição da justiça. «Se se põe de parte o direito, em que se distingue então o Estado de uma grande banda de salteadores?» – sentenciou uma vez Santo Agostinho (De civitate Dei IV, 4, 1). Nós, alemães, sabemos pela nossa experiência que estas palavras não são um fútil espantalho. Experimentámos a separação entre o poder e o direito, o poder colocar-se contra o direito, o seu espezinhar o direito, de tal modo que o Estado se tornara o instrumento para a destruição do direito: tornara-se uma banda de salteadores muito bem organizada, que podia ameaçar o mundo inteiro e impeli-lo até à beira do precipício. Servir o direito e combater o domínio da injustiça é e permanece a tarefa fundamental do político... Como reconhecemos o que é justo? Como podemos distinguir entre o bem e o mal, entre o verdadeiro direito e o direito apenas aparente? O pedido de Salomão permanece a questão decisiva perante a qual se encontram também hoje o homem político e a política... No século III, o grande teólogo Orígenes justificou assim a resistência dos cristãos a certos ordenamentos jurídicos em vigor: «Se alguém se encontrasse no povo de Scizia que tem leis irreligiosas e fosse obrigado a viver no meio deles, (…) estes agiriam, sem dúvida, de modo muito razoável se, em nome da lei da verdade que precisamente no povo da Scizia é ilegalidade, formassem juntamente com outros, que tenham a mesma opinião, associações mesmo contra o ordenamento em vigor» Como se reconhece o que é justo? Na história, os ordenamentos jurídicos foram quase sempre religiosamente motivados: com base numa referência à Divindade, decide-se aquilo que é justo entre os homens. Ao contrário doutras grandes religiões, o cristianismo nunca impôs ao Estado e à sociedade um direito revelado, nunca impôs um ordenamento jurídico derivado duma revelação. Mas apelou para a natureza e a razão como verdadeiras fontes do direito; apelou para a harmonia entre razão objetiva e subjetiva, mas uma harmonia que pressupõe serem as duas esferas fundadas na Razão criadora de Deus... Neste contato nasceu a cultura jurídica ocidental, que foi, e é ainda agora, de importância decisiva para a cultura jurídica da humanidade. Desta ligação pré-cristã entre direito e filosofia parte o caminho que leva, através da Idade Média cristã, ao desenvolvimento jurídico do Iluminismo até à Declaração dos Direitos Humanos e depois à nossa Lei Fundamental alemã, pela qual o nosso povo reconheceu, em 1949, «os direitos invioláveis e inalienáveis do homem como fundamento de toda a comunidade humana, da paz e da justiça no mundo».”
O papa Francisco, como disse na meditação anterior, nos recorda que devemos formar uma fraternidade, e isto passa também pelo campo político. O fundamento da ação humana é uma ação política: nossas ações devem reverter para o bem comum da sociedade. Toda ação política e todo político na sua ação devem ter como fonte os direitos invioláveis e inalienáveis do ser humano. Como cidadãos, nos caminhos de atuação que nos são próprios, como podemos atuar.
Partilho reflexões do que ouvi num seminário de que participei em setembro sobre sentenças das cortes universais. Pensemos no caso do Brasil. Dos 39 ministérios brasileiros, vocês lembram quando foram criadas a Secretaria Nacional das Mulheres, dos Direitos Humanos... – secretarias com status de ministério? De 2002 para cá. São tantos, que nem sabemos os nomes dos ministros que os comanda. A filosofia é: quanto mais se pulveriza, menos controle social se tem.
Isso é um padrão em toda a América Latina e, em todos os níveis: federal, estadual e municipal e até em instâncias maiores, como o Sistema Interamericano de Direitos Humanos, que existe de 1978. Ele deu origem à Convenção internacional dos Direitos Humanos que, por sua vez, formou também uma Comissão. Ela é composta por sete pessoas indicadas por este sistema, para um mandato de quatro anos, e tem a missão de fiscalizar os direitos humanos nos países que fazem parte desta convenção.
Daí, surgiu a Corte Interamericana dos Direitos Humanos. Ela tem duas funções: uma consultiva, que emite ditames e conclusões sobre questões relacionadas aos direitos humanos e outra função é a jurisdicional, ou seja, emitir sentenças vinculantes. Ela atua como um tribunal de justiça internacional que resolve questões de direitos humanos. Vinte e cinco, dos trinta e cinco países, fazem parte desta convenção. Dois negaram-se radicalmente a participar: Cuba e Venezuela, países que violam os direitos humanos abertamente. Os demais países signatários são obrigados a seguirem as tais sentenças vinculantes.
Ninguém vive sem ter uma filosofia de vida. Esperamos que a nossa seja inspirada por Jesus Cristo. Qual é a filosofia de vida ou ideologia que inspira tais organizações que se escondem por detrás da bandeira dos direitos humanos? Existem pessoas que decidem quais direitos humanos estão sendo violados. Atualmente, a Corte e a Comissão Interamericana dos Direitos Humanos estão enraizadas na Ideologia do Gênero, que prega atos como: liberação do aborto, manipulação de embriões congelados, destruição o conceito de família natural, abertura das portas para o casamento e adoção homossexual. As pessoas que decidem sobre tais quesões foram eleitas para legislarem a partir de suas ideologias. Pessoas que deveriam trabalhar a favor do bem da humanidade, foram preparadas para defenderem, na verdade, direitos humanos arbitrários. A estratégia atual é utilizar este sistema para impor aos países, através de pressões e sentenças, essa ideologia.
A Comissão criou em 2011, dentro de sua estrutura, uma sub-comissão chamada “Unidade para os direitos das lésbicas, gays, transexuais, bissexuais e intersexuais” que dá ênfase às pretensões destas comunidades, anunciando que oferecerá assessoria aos Estados nesta matéria. Alguns dos seus membros são:
- Ledo Garcia, do Peru, presidente desta comissão e que já publicou diversos artigos em revistas jurídicas a favor da legalização do aborto e da manipulação embrionária livre;
- Margareth May, da Jamaica, é do grupo nacional a favor do aborto; - Alberto Perez Perez é militante da legalização do aborto e a favor dos direitos gays;
- Alberto Sierra Porto, é do STF da Colômbia, favoreceu a despenalização do aborto em seu país em 2006, e em 2012 colocou o aborto como direito humano fundamental. É favorável também ao casamento homossexual;
- Eduardo Ferrera MacGregor, mexicano, tem publicações acadêmicas sobre a ideologia de gênero;
- Roberto Caldas do Brasil, favorável ao aborto, ideologia gay, etc...
Esta corte, constituída por estes juízes e outros que seguem a mesma linha de pensamento e ação, todos de ideologia bem conhecida, que assim como os nossos juízes do STF brasileiro foram “escolhidos a dedo”. Não e por acaso que, no Brasil, em 2010, o STF votou pela aprovação da união homossexual e em 2012, legalizando o aborto dos anencéfalos. Barroso, o mais recente juiz, lutou para que o aborto dos anencéfalos fosse cumprido no Rio, bem como a união homoafetiva. José Tofoli, não passou sequer no concurso para juiz, mas foi indicado por suas posturas ideológicas favoráveis ao sistema.
Como o Brasil assinou esta convenção interamericana, já está claro que o único caminho que o órgão encontra é o caminho jurídico, porque o povo brasileiro é a favor da vida e da família. É preciso cumprir regras como:
- a identidade de gênero deve ser protegida;
- está proscrito qualquer ato ou norma que fira a identidade de gênero da pessoa (nem Constituição, nem Código Penal ou Civil, ... nada pode restringir os direitos sexuais da pessoa);
- o interesse superior da criança não pode ser utilizado para amparar a discriminação da orientação sexual da mãe ou do pai, influenciando a adoção ou custódia da criança.
Quem não respeita esses supostos “direitos humanos” é sancionado, não recebendo ajuda financeira de órgãos internacionais. Um exemplo aconteceu em 2012 quando uma mulher na Costa rica foi impedida de cometer um aborto. Os grupos que seguem estas ideologias pinçam estes casos, auxiliando as pessoas a recorrerem diretamente à Corte interamericana. Deste caso, saíram as seguintes sentenças, que são uma verdadeira ditadura jurídica:
- o embrião em seu estágio inicial é um amontoado de células e não pode ser entendido como pessoa. - antes da implantação não há pessoa e portanto o artigo 4, que protege a vida do concebido, não se aplicaria.
- a proteção do direito à vida não é absoluto, mas gradual, de acordo com seu desenvolvimento.
- os direitos reprodutivos englobam os direitos que todos os casais e indivíduos tem o direito de decidir livremente o número de filhos e o espaçamento entre eles e tem direito à informação sobre como regular a natalidade.
- a Corte ordena que o Estado implemente programas e cursos de capacitação de Direitos Humanos, direitos sexuais reprodutivos, não discriminação dirigidos a funcionários do jurídico de todas as áreas e escalões.
Esse tipo de formação, esta ideologia, já está permeando as escolas e faculdades. Cabe aos pais estarem atentos, fiscalizarem e reclamarem se a ideologia ensinada não estiver condizente com suas convicções e valores.
 
Qual é a situação da vida e da família na América Latina?
 
Desde a década de 90, a América Latina vem experimentando uma série de mudanças legislativas em termos de vida e família que está gerando uma nova fisionomia cultural no continente da esperança. Os passos em todos os países são os mesmo, com os mesmos textos.
O Projeto de Lei de apoio à violência sexual contra a mulher está cheio de termos próprios desta ideologia, como: profilaxia da gravidez. Ora, profilaxia é prevenção a doenças, mas gravidez não é doença. A proposta é escamotear o “direito” que a mulher tem ao aborto.
A cultura gay primeiro era opção, depois virou condição, e agora é um direito. Será que um dia será uma obrigação?! Três grandes frentes são assumidas:
- Conceito de saúde reprodutiva – depois da primeira revolução sexual, apareceu a epidemia das DSTs. O perfil social de quem contraia estas doenças foi se ampliando. Mas a ideologia prega a educação sexual deve ser de acordo com a cultura do gênero.
- Direitos da mulher – desse 1995, com a Conferência Mundial de Pequim, se avançou em distintos desafios como a imposição da ideologia de gênero, com o dever de não discriminar e liberar as técnicas de fecundação artificial e se ter uma hegemonia do terreno educativo. É preciso impor um modelo antropológico individualista.
- Enfrentar os principais focos de resistência – enfrentar, mesmo que de forma disfarçada, o principal foco de resistência a essas políticas: a Igreja Católica. A Comissão Interamericana, por exemplo, obrigou o Chile a readmitir uma professora de religião numa escola católica que assumia ser lésbica e ensinava na escola sobre a ideologia de gênero.
Todos os Estados latino-americanos em seus leis próprias reconhecem o matrimonio entre homem e mulher e o direito à vida desde a concepção, mas estão se vendo obrigados a se submeterem a essas leis.
Partilho, ainda, uns trechos da introdução de um livro “Os Direitos Humanos Depredados”, da norueguesa, mães de cinco filhos e com todo um currículo em favor da vida e da família, Jane Hewlett Matlery. Alguns pontos importantes são
- O pensamento político desde a antiguidade está baseado no direito natural e preservado até hoje pela Igreja Católica. Os direitos naturais não são propriamente cristãos, mas pelo Cristianismo são mais iluminados e mais compreendidos.
- Devemos nos concentrar em dois temas. Não o conceito de direito, mas sim o conceito de “ser humano” e o que significa “racionalidade”. A ideia de racionalidade hoje em dia é muito pobre. O que é ser racional? É ser um ser capaz de raciocinar sobre a ética.
- A “trindade moderna” é: (1) direitos humanos, (2) a democracia e (3) o império da Lei.”
Volto ao papa Bento, no discurso mencionado:
“Ao jovem rei Salomão, na hora de assumir o poder, foi concedido formular um seu pedido. Que sucederia se nos fosse concedido a nós, legisladores de hoje, fazer um pedido? O que é que pediríamos? Penso que também hoje, em última análise, nada mais poderíamos desejar que um coração dócil, a capacidade de distinguir o bem do mal e, deste modo, estabelecer um direito verdadeiro, servir a justiça e a paz.”

Nenhum comentário: