Dentro da nossa proposta de trazer aos internautas a formação espiritual e pastoral do XIII Congresso Nacional de Pastoral Familiar (Belo HOrizonte, 19 a 21 de agosto de 2011), começamos com o tema "Família, pessoa e sociedade", exposto por três palestrantes diferentes. Vamos à primeira parte:
FAMÍLIA, PESSOA E SOCIEDADE
(Dra Maria Inês Mullen)
Cada pessoa é única. Mas ao mesmo tempo somos muito parecidos em nossos sonhos e desejos. Além disso, cada pessoa é também “muitas”.
Fomos criados por Deus e somos criados a irmos nos fazendo, nos conduzindo ao longo da nossa história e com as histórias dos outros. O outro é que me diz quem eu sou, criamos grupos de convivência por afinidade ou necessidade.
O grande questionamento é como definir o nosso rosto pessoal e comunitário? Experimentamos algumas dificuldades neste sentido:
1- Fragmentação da experiência do viver nestes tempos da pós-modernidade. É como se vivêssemos aos cacos. Esse é um grande desafio para pensarmos em termos de família;
2- Individualismo que nos remete ao abismo de nós mesmos;
3- Liquefação da vida, dos ideais e do tempo; vivemos as provisoriedades e as incertezas;
4- A perda dos ideais éticos pela negação dos fundamentos, dos princípios e dos valores, já que a modernidade rompeu com os valores;
5- Conformismo reducionista descomprometido com a vida e a história da sociedade;
6- Materialismo, vivemos um tempo materialista, que valoriza mais as coisas que as pessoas.
Este quadro é pessimista, mas não pode tirar nossa esperança de que, mesmo em meio às dificuldades, podemos reagir.
Família:
“Esse retrato de família está um tanto empoeirado... Ficaram traços de família perdido no jeito dos corpos... O retrato não me responde, ele me fita e me contempla nos meus olhos empoeirados... já não distingo os que se foram ou que ficaram e que viajam na minha carne...” (Carlos Drummond de Andrade)
A família não fica de fora dos desafios anteriormente citados. Para muitos ser que família seja coisa do passado, mas acreditamos que também é coisa do presente e do futuro, porque “viaja na nossa carne”, está latente em nós.
Um olhar honesto e corajoso, pode levar-nos a constatações muito importantes para pensar a Pastoral Familiar. A família assim como a pessoa e a sociedade encontra-se fragmentadas, liquefeitas, perdidas, conformadas, incertas.
Sabemos que a família brasileira é fruto de muitas culturas diferentes, para que tenhamos hoje vários modelos de família. Enquanto o modelo dominante, assegurado pelo Estado e pela Igreja, seja o modelo patriarcal, há vários outros dentro do jeitinho brasileiro>
Família ideal – casal monogâmico, institucionalizados, e seus filhos reais (ou pelo menos desejados).
O que nós sabemos, porém, é que muitas outras formas sempre existiram por questões sociais, culturais ou pessoais. Já outras são mais recentes. Desprezá-las significa uma incapacidade de discernir os sinais dos tempos. A partir daí temos outros modelos:
- Os casais não institucionalizados
- Família desestruturadas psicológica e socialmente
- Famílias poligâmicas
- Famílias de filhos adotivos
- Famílias ampliadas, com parentes e agregados morando todos na mesma casa
- Famílias em que faltam um dos pais, ou os dois, sendo os filhos criados por parentes
- Produções independentes
- Os jovens que vivem solitariamente ou com os pais, porque não querem se casar
- Famílias de recasados
- Famílias que não se encontram por motivos de trabalho
- Famílias das pessoas que vivem sozinhos
- Pessoas do mesmo sexo que coabitam
- Grupos que moram juntos (repúblicas estudantis, presídios, orfanatos)...
Como anunciar o Evangelho de Jesus Cristo às famílias contemporâneas. Desde o Gênesis vemos que a família faz parte do projeto salvífico de Deus. A solidão não é uma coisa boa. A união do casal é o começo de uma longa história que aponta para o íntimo do próprio Deus, que é família.
Com Jesus ouvimos a ampliação da Lei: “Eu, porém, vos digo...”. As relações familiares entram no novo esquema, do Reino do Amor, que vai muito além dos laços de sangue: “Aquele que faz a vontade de meu pai, este é minha mãe e meu irmão.”. Família é comunidade de pessoas que se amam, se respeitam e se sustentam.
O relacionamento amoroso entre os esposos, pais e filhos são caminho para amarmos todos os outros que encontrarmos em nosso caminho. Amor apesar de se substantivo abstrato, só vale se se realizar na concretude da vida. Amor é mandamento. Amor torna o outro precioso e único. É na família que somos convidados a aprender a cuidarmos uns dos outros. Essas experiências quando vividas autenticamente, constroem solidariedade. Esse é o desafio ao qual somos chamados.
Família:
“Esse retrato de família está um tanto empoeirado... Ficaram traços de família perdido no jeito dos corpos... O retrato não me responde, ele me fita e me contempla nos meus olhos empoeirados... já não distingo os que se foram ou que ficaram e que viajam na minha carne...” (Carlos Drummond de Andrade)
A família não fica de fora dos desafios anteriormente citados. Para muitos ser que família seja coisa do passado, mas acreditamos que também é coisa do presente e do futuro, porque “viaja na nossa carne”, está latente em nós.
Um olhar honesto e corajoso, pode levar-nos a constatações muito importantes para pensar a Pastoral Familiar. A família assim como a pessoa e a sociedade encontra-se fragmentadas, liquefeitas, perdidas, conformadas, incertas.
Sabemos que a família brasileira é fruto de muitas culturas diferentes, para que tenhamos hoje vários modelos de família. Enquanto o modelo dominante, assegurado pelo Estado e pela Igreja, seja o modelo patriarcal, há vários outros dentro do jeitinho brasileiro>
Família ideal – casal monogâmico, institucionalizados, e seus filhos reais (ou pelo menos desejados).
O que nós sabemos, porém, é que muitas outras formas sempre existiram por questões sociais, culturais ou pessoais. Já outras são mais recentes. Desprezá-las significa uma incapacidade de discernir os sinais dos tempos. A partir daí temos outros modelos:
- Os casais não institucionalizados
- Família desestruturadas psicológica e socialmente
- Famílias poligâmicas
- Famílias de filhos adotivos
- Famílias ampliadas, com parentes e agregados morando todos na mesma casa
- Famílias em que faltam um dos pais, ou os dois, sendo os filhos criados por parentes
- Produções independentes
- Os jovens que vivem solitariamente ou com os pais, porque não querem se casar
- Famílias de recasados
- Famílias que não se encontram por motivos de trabalho
- Famílias das pessoas que vivem sozinhos
- Pessoas do mesmo sexo que coabitam
- Grupos que moram juntos (repúblicas estudantis, presídios, orfanatos)...
Como anunciar o Evangelho de Jesus Cristo às famílias contemporâneas. Desde o Gênesis vemos que a família faz parte do projeto salvífico de Deus. A solidão não é uma coisa boa. A união do casal é o começo de uma longa história que aponta para o íntimo do próprio Deus, que é família.
Com Jesus ouvimos a ampliação da Lei: “Eu, porém, vos digo...”. As relações familiares entram no novo esquema, do Reino do Amor, que vai muito além dos laços de sangue: “Aquele que faz a vontade de meu pai, este é minha mãe e meu irmão.”. Família é comunidade de pessoas que se amam, se respeitam e se sustentam.
O relacionamento amoroso entre os esposos, pais e filhos são caminho para amarmos todos os outros que encontrarmos em nosso caminho. Amor apesar de se substantivo abstrato, só vale se se realizar na concretude da vida. Amor é mandamento. Amor torna o outro precioso e único. É na família que somos convidados a aprender a cuidarmos uns dos outros. Essas experiências quando vividas autenticamente, constroem solidariedade. Esse é o desafio ao qual somos chamados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário