Nancy Tosi Moreno falou na parte da tarde
sobre a síndrome pós-aborto. Como somos seres bio, pisco, sociais e espirituais
o trauma do aborto, este nos afeta profundamente. A mente cria como que
conectores, ou seja, ela vê em certos fatos conexões com o aborto, fatos que
aparentemente não teriam nenhuma relação e que podem se manifestar ainda que
muito tempo depois. Ainda que as emoções passem, os sentimentos ficam
enraizados no mais profundo da alma. Um exemplo disso é o quadro ‘Arrastando a
Culpa’ ou ‘A Solidão me Assassina’ feitos por uma artista plástica que cometeu
aborto muitos anos antes.
Mais de 60% das mulheres que cometem aborto
tem ideias suicidas e uma em cada cinco de fato tentam suicidar-se. Não é por
acaso que o maior número de suicídios cresce entre adolescentes e jovens. Não só
entre as mulheres mas também entre os homens.
E por que algumas mulheres cometem o mesmo
pecado muitas vezes? Podem até ter consciência de que Deus as perdoa, mas elas não
experimentam o perdão porque não se perdoa a si mesma, não se ama, não se
aceita. Fica com a síndrome do ventre vazio, e procura novos parceiros como que
se quisesse preencher este ventre. E para se desinibir, precisa de álcool e
drogas. Engravida e repete o aborto. Começam os abortos consecutivos, que só
aumentam. A promiscuidade não é por busca de prazer, mas para inconscientemente
para tentar engravidar de novo.
E
quando engravida? Não há padre, não há amor.... como vou contar a este Bebê que
matei o anterior??? E os abortos vão se sucedendo. Nenhuma mulher quer matar
seus filhos. Ela tem integridade feminina e integridade materna. O aborto quebra
essas duas, é a vontade em crise! A inteligência e a memória não estão bem.
Mesmo que a mulher diga que ela não queria o aborto, mas que era o melhor a se
fazer... continuará doendo sempre.
Vem a depressão, a angústia, os pesadelos e
a ascendia, ou seja, a falta de alegria na vida. Falta concentração, tanto que
94% das mulheres que abortam não concluirão os estudos. E, tendo filhos no
futuro, terão muita dificuldade de expressar carinho. O aborto é também a raiz
de grande parte das crises familiares.
A cura é um processo de pedir perdão e
perdoar. Um processo longo e por vezes muito difícil, mas não impossível. Há
muitas pessoas a perdoar e muitas a pedir perdão. É preciso aceitar essa
verdade dos fatos. E é necessário acompanhamento psicológico mas também
espiritual, com l sacramento da Reconciliação. Ele devolve a esperança, o amor
e o perdão.
O acompanhamento consiste em reconhecer as
feridas, reconhecer a verdade e a fazer o melhor exame de consciência das suas
vidas.
O acompanhamento só pode ser feito por quem
é capacitado para trabalhar neste ministério. Não são necessários estudos universitários,
mas sim, capacitar-se e ser acima de tudo um católico fiel à doutrina da santa Madre
Igreja.
Na sua segunda colocação ‘Educação Sexual
na ótica da Teologia do Corpo’, Nancy começou com a seguinte reflexão: Se não
me conheço a mim mesma, como posso querer conhecer ao outro? Ela explicou o que
é TdC, l conjunto das 129 catequese pronunciadas por João Paulo II para
explicar o significado e o sentido da vida: quem sou eu e para onde vou. Trata
do valor do corpo e da sexualidade humana, das relações humanas, do matrimônio
e do celibato, entre outros pontos. O corpo torna visível o invisível da pessoa
humana. Não temos um corpo, somos um corpo! Ele é parte essencial do nosso ser.
Somos pessoa. Enquanto pensarmos que ‘temos’ um corpo, reivindicaremos para nós
o direito se abordarmos ou usarmos sexualmente alguém.
A comunhão entre as três Pessoas divinas é
a imagem e semelhança da comunhão entre as pessoas. Encara responder a essa vocação
nossa humana fundamental só existem duas formas: o matrimônio ou o celibato. As
variações e riquezas para a sociedade acontecem dentro dessas duas vocações. Os
pais e mães de família, os religiosos, os políticos, etc...
Somos seres sexuais, sim, mas muito mais
relacionais. O desejo de amar e ser amado é o mais profundo e forte dentro de nós
e revela o caráter esponsal do nosso corpo. Não se pode, por exemplo, falar de ‘saúde
sexual e reprodutiva’ porque não ficamos doentes por nossa sexualidade, por
sermos homens ou mulheres, e porque não reproduzimos, mas procuramos! Amamos e
desejamos ser amado, mas o mundo foca apenas na genitalidade.
O sexo é um meio para chegarmos ao fim, ao nosso fim, o casamento místico e a comunhão perfeita com Deus. Nascemos para nos darmos. O amor verdadeiro é doação.
O sexo é um meio para chegarmos ao fim, ao nosso fim, o casamento místico e a comunhão perfeita com Deus. Nascemos para nos darmos. O amor verdadeiro é doação.
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