quarta-feira, 8 de junho de 2011

I SIMPÓSIO DA FAMÍLIA (5)


FAMÍLIA E POLITICAS PÚBLICAS (DOM JOAQUIM)



O que é a família dentro do plano de Deus?
Uma das coisas mais lindas do Cristianismo é que ele é uma Boa Notícia e não uma série de dogmas e exigências. Ser cristão é ser ajudado por Deus. É um caminho para levar Deus às pessoas. O mesmo se dá com a família.
Rui Barbosa dizia que de tanto ver triunfar as injustiças chegará o tempo em que se terá vergonha de viver a justiça. Com a família também parece ser assim... Parecemos ter vergonha de ser família, de viver os valores que o mundo considera retrógrado.
A família tem sua origem no matrimônio e este se baseia no livre consentimento de amor entre o homem e a mulher. A plenitude do matrimônio é construir uma família. Por que as pessoas devem se casar? Para o bem dos esposos e para a geração e para a geração e educação dos filhos. O amor dos esposos e a geração dos filhos instituem entre os membros da família relações pessoais e responsabilidades primordiais.
Ao criar o homem e mulher Deus instituiu a família humana e dotou-a de sua constituição fundamental. Seus membros são iguais em dignidade, direitos e deveres em vista do bem comum de seus membros e da formação da sociedade. Apesar da diversidade de situações pelas quais a família passa hoje (crianças sem pais, segunda união, etc) a Igreja precisa manter-se firme dentro do projeto de Deus.
Diz a Familiaris Consortio,1: “A FAMÍLIA nos tempos de hoje, tanto e talvez mais que outras instituições, tem sido posta em questão pelas amplas, profundas e rápidas transformações da sociedade e da cultura. Muitas famílias vivem esta situação na fidelidade àqueles valores que constituem o fundamento do instituto familiar. Outras tornaram-se incertas e perdidas frente a seus deveres, ou ainda mais, duvidosas e quase esquecidas do significado último e da verdade da vida conjugal e familiar. Outras, por fim, estão impedidas por variadas situações de injustiça de realizarem os seus direitos fundamentais.
Consciente de que o matrimônio e a família constituem um dos bens mais preciosos da humanidade, a Igreja quer fazer chegar a sua voz e oferecer a sua ajuda a quem, conhecendo já o valor do matrimônio e da família, procura vivê-lo fielmente, a quem, incerto e ansioso, anda à procura da verdade e a quem está impedido de viver livremente o próprio projeto familiar. Sustentando os primeiros, iluminando os segundos e ajudando os outros, a Igreja oferece o seu serviço a cada homem interessado nos caminhos do matrimônio e da família.”
Devemos ter metas. A Pastoral Familiar com seus setores deve acolher todas as família e anunciar ajudar e perseguir o projeto original de Deus sobre a família, que tanto sofre com a discriminação, sendo considerada uma realidade retrógrada. Tais atitudes de desprezo para com a família põem em risco toda vida comunitária. O ser humana precisa do ambiente familiar para absorver sua cultura. É um processo lento que se desenvolve naturalmente na esfera protetora da família como um crescimento natural e gradual.
A Igreja tem o direito de ajudar a família e o Estado tem o dever de defender os seus direitos. A família precede o Estado. Por isso o Estado deve valorizar, defender a ajudar a família a cumprir sua missão de ser:
1. A formação de uma comunidade de pessoas à serviço da vida:
2. O serviço à vida
3. A participação no desenvolvimento da sociedade
4. A participação na vida e na missão da Igreja
5. Lugar de discernimento vocacional

Você quer ser feliz? Isso só se consegue fazendo o outro feliz. E o que faz o outro feliz? Sorrir, ajudar e oferecer ajuda, conversar, respeitar... Isso é o que nos torna verdadeiramente livres, quando somo capazes de nos libertar de nós mesmos.
A família é um sujeito social, dotada de cidadania, sem competir nem se opor aos direitos e deveres de cada cidadão individualmente. Cuidar da família não quer dizer desprezar o cidadão. Não é o estado que atribui tais realidades à família, o estado deve reconhecer tais atributos, valorizá-los, defendê-los e promove-los em leis mais justas.
A família na sua finalidade primaria é o melhor lugar do acolhimento à vida. Portanto ela goza de cidadania e é insubstituível na sua missão de desenvolvimento integral da pessoa e da sociedade. A Pastoral Familiar deve ajudar as pessoas a se encontrarem com Deus, a viverem sua fá através da família e da sociedade.

O que é política pública?
É uma ação planejada por órgãos de administração pública. O fundamento das políticas familiares deve conter o reconhecimento da família.
- Os projetos das políticas publicas familiares devem fortalecer os bens familiares
- As relações conjugais
- A maternidade e paternidade
- Afeto, apoio mútuo, proteção e outros bens

Por isso, as políticas publicas devem ser subsidiais, ajudar a família a cumprir sua missão, porém algumas utilizam as famílias para resolverem seus problemas.
Diante de uma sociedade despersonalizada e massificada, a família é a única realidade capaz de arrancar as pessoas do anonimato e dar-lhes a consciência da sua personalidade pessoal e inseri-los na sua dignidade e irrepetibilidade.

Nas políticas públicas existem 2 erros comuns:
- Usar as família para deslegitimar as funções do Estado e
- Atribuir ao Estado as funções da família.

A verdadeira política pública familiar:
- É mais abrangente do que a luta contra a pobreza, mas deveria abranger todas as famílias.
- Não se dirige apenas às famílias em crise, mas a todas
- A legislação deve promover todas as família
- Não deve ser confundida com assistencialismo, mas segundo o conceito da subsidiaridade.

As políticas familiares devem procurar o bem de todos. Devemos ter políticas amigas da família que a considerem como sujeito social.
- Política habitacional amiga da família – deixar a família participar da elaboração da planta das casas segundo as suas necessidades, o número dos seus membros o que resultaria numa maior responsabilidade e cuidado na preservação do imóvel adquirido.
- Política de emprego amiga da família – priorizar pais de família e dar-lhes capacitação técnica, incentivando as empresas com estímulo fiscal.
- Sistema educacional amigo da família: proporcionar conteúdos programáticos com valores cristãos
- Meios de comunicação amigos da Família: com conteúdos que visem o desenvolvimento da família.
- Políticas que contemplem à saúde, ensinar o Planejamento Natural da Família, ações na área da alimentação, criação do ministério da família, etc.

Conclusão:
1- Considerar e subsidiar a família. A família é um recurso natural e espiritual sem aquela a sociedade entraria em colapso.
2- A reciprocidade e a gratuidade devem reinar na vida do casal e entre pais e filhos
3- Há uma relação entre bem estar da família e da sociedade. Quando a família é desagregada e as instituições assumem o papel as consequências são desastrosas.
4- A família é perita em solidariedade e partilha.
5- A família é a instituição capaz de dar aproveitamento máximo aos recursos a ela destinados
6- A família faz a mediação entre os indivíduos e a sociedade, ajuda a que sejam assimilados os ideiais, as normas e valores.

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