quinta-feira, 16 de junho de 2011

RETIRO DA PASTORAL FAMILIAR (4)



Continuamos nossa série de postagens, trazendo para você um pouco de toda a sabedoria partilhada no retiro da Pastoral Pastoral deste ano de 2011, que teve como tema: "Comomo minha família pode ser sal, fermento e luz do mundo?". Hoje, apresentamos a primeira parte da palestra de Dom Antônio Augusto que mostra a importância capital do ambiente familiar na formação da sexualidade.




1ª palestra – Uma análise da homossexualidade às luzes da ciência e da fé (parte 1)


(Dom Antônio Augusto Dias Duarte)



Usemos uma metodologia de formação que é o estudo de casos. Um caso familiar bem dentro da nossa atualidade e que nos ajudará enquanto família missionária.

“Tício nasceu dentro de uma família católica. Desde pequeno sente tração por pessoas do mesmo sexo. Se vê diferente dos outros meninos e sente uma grande solidão e vergonha por ter que esconder algo que acha normal. Passado algum tempo, com o erro da consciência de si mesmo, esta situação vai se confirmando, mas, ao mesmo tempo, Tício sente o desejo de ter uma família. Isto levou-o a se relacionar com algumas colegas do colégio. Mas, por medo e dúvida,, esses relacionamentos não foram a frente.
Um dia, descobre que não é o único que vive nesta situação. Apaixona-se por um menino, mas não é correspondido. Até então, por motivos familiares, sociais e religiosos, não havia decidido viver sua sexualidade. Passa a não comungar mais, mas continua indo à Missa para manter acesa a chama da fé. Ao ouvir um padre numa homilia dizer que a homossexualidade é uma doença, afasta-se da Igreja e vive anos e anos de libertinagem e promiscuidade sexual. Até que conhece um homem que o corresponde emocionalmente e decidem viver juntos. A relação dura dez anos, mas, ainda assim, ele manteve contato sexual com outros homens neste período.
Com a doença da mãe, Tício sente-se tocado por Deus novamente. A dor da doença transforma-se em amor. Vai buscar um sacerdote para pedir conselhos de mudança de vida e atitudes. O padre o conforta e o aconselha a abandonar seus companheiros e amigos e a abandonar seus velhos costumes, buscando a santidade. Encontra no seu companheiro e nos seus amigos respeito, mas não compreensão. Ainda que tenha tentações de pensamento, continua vivendo firme na castidade.

PERGUNTAS:
- Qual é a doutrina da Igreja com relação à sexualidade?
- Que orientações práticas podem ser dadas para quem tem orientações homossexuais profundamente enraizadas?
- Como prevení-las ou saná-las?

Alguns aspectos psicológicos e médicos:
Há muitos anos, a homossexualidade foi elencada como doença de ordem psiquiátrica. Era o primeiro na lista dos desvios sexuais e como transtorno de personalidade. Isto até 1973, quando a Associação Psiquiátrica Americana, pressionada pelo lobby da ideologia gay, passou a ser considerada não mais uma doença. Desde então muitos médicos e psiquiátricas a consideram algo inevitável, uma variação da sexualidade humana. Os gays procuram tirar o preconceito e a discriminação não por serem homossexuais, mas por serem pessoas, fazendo acreditar que a homossexualidade é genética. Oferecem tratamento a quem não está a vontade com o próprio sexo para que encarem o fato de viver como homossexual e aceitem seua condição de homossexual. Apóiam-se na teoria do gênero.
Assim, também é a educação sexual dada nas escolas hoje em dia. Já ouviram falar do “Kit gay”? As cartilhas e vídeos não falam contra a discriminação, mas ensinam os adolescentes como ser gay e lésbica... A mídia traz à tona e reclama tanto quando um livro vem com erros de português, de matemática... É correto ensinar os alunos a falar e contar errado só porque várias pessoas falam e contam errado?! O que dizer deste fato, então?! A ideologia gay baseia-se no seguinte sofisma que tem premissa certa -- “Toda pessoa precisa ser respeitada.” -- ,mas conclusão errada. Não somos obrigados a aceitar e concordar com seu modo de viver. Isso não é discriminação.
Para os que defendem esta ideologia não é valido o que a natureza apresenta, mas sim a escolha pessoal de ser homem ou mulher. Vale saber que antes da conduta sexual começa a se formar em nós a identidade sexual. E algo comprovado é que nossa identidade sexual é dada pelo ambiente familiar.Se esta última não for bem formada, há problemas. A ideologia gay distingue o sexo biológico (XX mulher, XY homem) do sexo psicológico, do sexo anatômico e do sexo identitário (a consciência do corpo e do relacionamento). Para eles, o que vale é o sexo social, é a cultura do gênero: vale o que eu escolho ser, e não o que me dá a natureza. O que eu escolher é o certo: heterossexual, homossexual, bissexual, travesti ou transexual.
Do ponto de vista psicológico e médico é preciso fazer distinções. Existe aí uma falsa idéia de sexualidade. Durante o processo de maturação física e psicológica do ser humano, podem acontecer momentos em que se haja atração por pessoas do mesmo sexo que não são homossexualidade. Enquanto a um homem ou uma mulher está procurando encontrar-se enquanto pessoa, isso pode acontecer de forma transitória. Há outra situação também muito distinta da homossexualidade: são as atrações ocasionais ou esporádicas que podem trazer até reações fisiológicas ou afetivas, reais ou imaginárias. É como uma espécie de ansiedade no modo de ser como o outro do mesmo sexo é, ou seja, usa-se o outro como modelo. Isso precisa ser bem conduzido. Não se trata de reprimir, pois isso causará ainda mais ansiedade. Trata-se de explicar que isto é apenas uma etapa do processo de formação do processo de maturação sexual. Do contrário, pode-se cair em outras doenças psicológicas como transtorno obsessivo compulsivo, dependência emocional, narcisismo, etc. Se esta etapa for bem conduzida a identidade sexual seguirá seu curso normal de maturação sem problemas.
E como é definida, de fato, a homossexualidade? Como a atração sexual predominante ou exclusiva por outro do mesmo sexo, que vai além das inseguranças da adolescência e que pode levar ou não aos atos sexuais. Vários estudos recentes foram desmascarados para fazer este lobby gay. Na verdade, nos homens chegam a 4% e e nas mulheres a 2% da população mundial. No último censo brasileiro chegou-se a 0,16% que se declarou homossexual. Vemos passeatas gays com 3 milhões de pessoas... na realidade inflacionam-se os números para se tentar ganhar legitimidade.
A homossexualidade não tem base genética. Não se nasce homossexual. Não há normalidade por parte da natureza. Há, sim, fatores causais, mas não determinantes. Mas, mesmo diante destes fatores, se a pessoa for bem formada e orientada, pode ser dona de si própria e dominar suas conseqüências.
Para os meninos:
- Mães hiper-protetoras e possessivas ou com traços neuróticos
- Pais ausentes ou percebidos como hostis, dominantes ou agressivos. (Quando o garoto encontra um homem carinhoso, presente e protetor, pode sentir-se interessado)
Para as meninas:
- Mães que não estão disponíveis para corresponder aos problemas emocionais das filhas na pré-puberdade, puberdade e adolescência
- Pais que não fomentam a identificação dos filhos com seu sexo biológico (cabe ao pai orientar quando os filhos querem fazer coisas que não são atitudes culturalmente aceitáveis para o seu comportamento sexual sem medo. “Quem tem medo não é perfeito no amor.” (cf. I Jo)
Para ambos os sexos:
- Abuso sexual na infância por pessoa do mesmo sexo ou de sexo oposto
- Perda precoce ou afastamento dos pais em períodos críticos
- Transtorno de identidade da criança na infância, que pode piorar na adolescência. Para mudar isto é preciso ajudar nos momentos de desconforto, o que pode ser feito por pai e mãe. Nos homens esse desconforto se manifesta quando ele evita jogos violentos ou em equipe, por exemplo. Já é um sinal de alerta de conflitos com a própria sexualidade que devem ser trabalhados o quanto antes.
- Sabe-se que se as necessidades emocionais e de valorização não satisfeitas pela família criam uma chance muito grande de tendência à homossexualidade. E o contrário, também é verdadeiro.

Algumas outras observações:
Nem toda pessoa que possa vir a realizar atos sexuais esporádicos se tornará homossexual de fato. Não se trata de deixar que isso aconteça, nem de não dar importância a esses atos, mas é preciso ter em conta de que podem se tratar muito mais de um alerta de imaturidade sexual. Prudência (sem desespero) é a melhor atitude para que esses ator não venham a se tornar um transtorno crônico, como, por exemplo, pessoas casadas que têm atos sexuais (reais ou solitários) de ordem homossexual.
É preciso educar para a castidade: saber usar a sexualidade numa relação ordenada e madura. Não há melhor ambiente para se aprender castidade, pudor, modéstia do que em casa.
A tendência homossexual é, de fato, um transtorno de personalidade conhecido como parafilia, ou seja, desejar um objeto sexual não apropriado. Isso é o caso da homossexualidade, da pedofilia, da bestialidade. É desejar o manter relações sexuais com um corpo que não lhe é devido. E existem tratamentos com eficácia de cerca de 70% para estes transtornos. Ou a pessoa é capaz de ter atração por pessoa do sexo oposto ou de não colocar a sexualidade em primeiro lugar na sua vida. Nos mandamentos, fonte de ensinamento moral para nós cristãos, acontece assim: o sexo está em sexto e em nono lugar... (“Não pecar contra a castidade e não cometer adultério”).
Os próprios adeptos desta ideologia procuram mudar a nomeclatura “homossexualismo” (já que “-ismo” é um sufixo de indica doença) e usar o termo “homoafetivo”. Mas não há como negar o que já está comprovado: os atos homossexuais são prejudiciais para a saúde física e psíquica. Além da AIDS e outras DSTs, o sexo anal, por exemplo, pode causar perfuração do reto e infecções graves no intestino. Favorecer o homossexualismo e a prostituição é um problema de saúde pública!
Quando a Igreja ensina algo sobre um tema tão delicado como este, que envolve emoções ou sentimentos, não basta falar que é uma doença ou um pecado grave... É preciso trabalhar os fatores causais, especialmente porque eles são familiares e não sociais. São gerados dentro de casa. E é triste ver a cultura gay aproveitando-se disso, em vez de ajudar a curar os fatores causais. Por isso, a Pastoral Familiar precisa, mas do que nunca, preparar bem os pais e os futuros pais para que evitem estes fatores.
É preciso também tomar muito cuidado com os psicólogos ou médicos que não tenham a mesma formação moral cristã que nós preconizamos. Em vez de orientar os adolescentes confusos, podem acabar estimulando-os a colocarem em prática suas tendências.

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