quarta-feira, 2 de novembro de 2011

PLANEJAMENTO NATURAL DA FAMÍLIA (2)


A programação do sábado, dia 29, do II Congresso Nacional de Planejamento Natural da Família começou com Santa Missa presidida por Dom Leonardo Steiner, Secretário-geral da CNBB e bispo auxiliar de Brasília.

Dom Leonardo ressaltou a importância do tema do Congresso: “Construir a Família: por amor, com amor e para o amor” e como o planejamento familiar revela, na verdade, o cuidado, o zelo que devemos ter com a família. E fazendo a relação com o Evangelho do dia (cf. Lc 14, 1.7-11), lembrou que, no amor, nós não escolhemos, mas que, primeiramente, somos escolhidos: é assim com o amor de Deus por nós, que nos amou primeiro; é assim nos nossos relacionamentos humanos. O amor carece desse movimento de um aparente distanciamento inicial para que façamos a experiência de sermos convocados a nos aproximarmos.
A primeira sessão teve como temática: “Planejar por amor”. A médica Marli Virgínia Lins e Nóbrega, abriu esta sessão com a seguinte palestra:




“Lei natural e método natural: obedecer a Deus de modo inteligente”.
(Dra. Marli Virgínia Lins e Nóbrega, ginecologista e obstetra)



Em Gn 2,7 vemos a formação do homem a partir do pó da terra e insufla pelas suas narinas o sopro da vida. Deus dá a este homem recém-concebido uma alma imortal. Nela encontram-se as faculdades que nos fazem imagem e semelhança de Deus: inteligência, vontade e liberdade.
Quando nos cria não nos abandona à proporia sorte, mas inscreve em nossos corações uma lei natural, que diferente da lei civil que está associada à imposição e ao castigo, mas esta lei natural é o próprio amor de Deus infundido no coração dos homens e que nos direciona ao bem e à felicidade. E as faculdades da inteligência, vontade e liberdade nos levam a ler esta lei colocada no mais íntimo do nosso ser e, assim, conseguimos realizar o projeto do amor de Deus em nossas vidas.
A Lei Natural nos permite discernir apenas com a razão humana, mas que às vezes, é falha pelo pecado que também entrou nas nossas vidas. É preciso obedecer a Deus de modo inteligente. Mesmo quem não acredita em Deus é capaz de perceber o que é o certo e o errado.
Em Gn 2, 21-22 vemos Deus criando a mulher a partir do homem. E daí vem o mandato divino para a abertura à vida. A criação do ser humano como homem e mulher tem como finalidade o encontro e a doação de vida entre os esposos. Sobre a masculinidade e a feminilidade desceu e bênção da fecundidade. No amor conjugal os aspectos unitivo e procriativo devem estar sempre juntos, mesmo que vivamos em meio de uma sociedade contaminada pelo pecado e que quer dissociar estas duas realidades. Esta verdade, está inscrita no coração, mas também escrita literalmente nas Sagradas Escrituras.
Como obedecer a Deus de modo inteligente? Respeitando o aspecto procriativo em cada encontro conjugal. Eva ao conceber diz em Gn 4,1: “Adquiri um homem com a ajuda de Javé.”. Os demógrafos recentemente se assustaram quando nasceu o bebê que completou a humanidade em sete bilhões. E vem o Papa dizer a bênção que é nascimento de cada ser humano. Para que o pecado não prevaleça, precisamos perceber que a Lei Natural nos é dada por amor.
Existe uma unidade indivisível entre fé e moral. Não podemos seguir a Igreja apenas na unidade da fé, mas termos um pluralismo de “opiniões morais”. “Eu acredito em Deus, mas... não aceito que os namorados devam viver a castidade, acho que a camisinha é necessária, etc..”. A Igreja, quando nos fala de Planejamento Natural da Família, nos aponta um caminho que nos leva ao amor e à vida. A escolha é de cada um de nós. Quem tem a missão de orientar os casais deve se manter sempre fiel a este caminho. Como obedecer a Deus de um modo inteligente quando um casal, por motivo justo, não puder ter outro filho? Um filho é sempre dom do Pai. Cada filho reflete um sim, como o sim de Maria à vontade do Pai. Usar os métodos naturais para realizar a maternidade e a paternidade responsáveis é obedecer a Deus de modo inteligente.
Na realidade de hoje a visão integral do homem do homem é facilmente rejeitada. A sociedade tem educado para a promiscuidade, a irresponsabilidade sexual. Colocam tantas objeções à geração dos filhos... Filho fora do projeto de vida do casal, primeiro é preciso terminar a faculdade, comprar o apartamento, passar no concurso público...
Ao tocarmos neste assuntos vem sempre à tona a questão social: Como fazer com as pessoas carentes? A conduta moral deve ser diferente de acordo com a classe social?! Quem já é desprovido de moradia, de alimentação, de emprego também deve ser desprovido do direito de ser pai e mãe?! Ou será que todos os direitos básicos devem ser defendidos e garantidos a todos os serem humanos, especialmente os mais necessitados?!
A ampla educação para os métodos naturais só traz vantagens:
- não tem custo
- contra indicações, nem efeitos colaterais
- não atrapalha o funcionamento normal do organismo feminino
- mantém as características típicas da feminilidade e da libido, pois o ciclo dos hormônios não é afetado
- A lubrificação vaginal se mantém inalterada
- os casais, para aproveitarem melhor os períodos não-férteis têm mais relações sexuais do que os que usam métodos anticoncepcionais
- evita abortos obscuros
- aproxima o relacionamento e a co-responsabilidade do casal
- o índice de estabilidade matrimonial é muito maior do que em quem usa métodos anticoncepcionais

Com a nossa inteligência, vontade e liberdade podemos nos fazer instrumento da Verdade, do Amor e do Bem. “Feliz o ventre que trouxe ao mundo e os seios que te amamentaram.” (Lc 11, 27)

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