domingo, 6 de novembro de 2011

PLANEJAMENTO NATURAL DA FAMÍLIA (5)

Na parte da tarde do sábado 29 de outubro, começou o segundo módulo temático do congresso que é “Planejar com amor”. A primeira colocação foi do Padre Rafael:



O amor conjugal é espiritual e sensível: uma compreensão teológica da relação sexual
(Prof Dr. Pe. Rafael Solano Duran)



Sexualidade e Sensibilidade
O maior contraceptivo foi criado no século XVII: era o racionalismo, que exaltava a ciência, deixando de lado Deus e a própria sensibilidade, ou seja, a força do sentir. Etologia é a ciência que estuda o comportamento dos seres humanos e dos animais. Escolhi os pingüins nesta apresentação porque ee se reúnem em trio para que um sustente o outro. Assim, também o ser humano que não pode viver sozinho, precisa de sustento.
O que é sensibilidade? Não é sinônimo de sentimento. Nossa sociedade é cheia de sentimentalismos, mas é altamente indiferente ao rosto do outro. É muito mais fácil chorar ou sorrir do que sentir. Vejamos três autores que compreenderam bem a sensibilidade pois o associaram à beleza. O outro é belo, é bom, é íntimo. Ter isto claro é fundamental para nossa reflexão. A sexualidade está marcara pela eroticidade e não pela sensibilidade. Uma pergunta que permeou todo pontificado de João Paulo II: “Que beleza salvará o mundo?”. Precisamos evangelizar a sexualidade. Que caminhos posso seguir? O primeiro é a virtude da pureza e dela deriva o pudor, a dignidade corporal, os limites do respeito do corpo.
É preciso alguém que toque a nossa sensibilidade. Um exemplo emblemático é em Jo 4, Jesus com a Samaritana. Sensibilidade é reconhecer o valor do outro. Temos um certo medo do sentir porque os nossos paradigmas começam a mudar. Os santos se transformaram porque de apaixonaram por Jesus. Talvez aí esteja o problema central da nossa evangelização na America Latina: é muito cognitiva e menos afetiva.
Num mundo em que tudo se torna público, temos a coragem de dizer que toda relação conjugal está marcada pela intimidade. Nela os encontros se transformam em integridade. Santo Ambrósio de Milão dizia que o leito conjugal é tão sagrado quanto o altar da Eucaristia. Escrevia Karol Wojtyla, ainda quando padre na Cracóvia: “A unidade do ato determina a totalidade do casal.”.
O filósofo Emanuel Levinas afirmava que o rosto do outro é uma epifania: manifesta a grandeza da beleza de que falávamos, a capacidade que o casal tem de fazer do ato conjugal que é algo aparentemente só carnal, em sublime.
O no. 2083 do Catecismo diz: “Jesus resumiu os deveres do homem para com Deus nestas palavras: “Amarás o teu Senhor com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente.” (Mt 22, 37).”
Muitos jovens não conseguem viver uma sexualidade sadia porque não sabem o que é o amor.
E no 2087: “A nossa vida moral tem a sua fonte na fé em Deus, que nos revela o seu amor. São Paulo fala na “obediência na fé” como a primeira obrigação. E faz ver no “desconhecimento de Deus”, o princípio e a explicação de todos os desvios morais. O nosso dever para com Deus é crer nele e dar testemunho dele.”
Pensa-se no corpo, investe-se dinheiro para melhorá-lo de acordo com os padrões e consensos do mundo hedonista, mas não se investe na corporeidade, na essência e na santidade do seu corpo. Não temos um corpo: somos um corpo.
O ato conjugal não só fecunda a família como também fortalece o casal. A sensibilidade não é uma atitude é um dom proveniente da graça divina. Sermos sensíveis é a maior categoria que podemos resgatar a beleza e a transcedentalidade não só na união conjugal, mas na vida toda.

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